Introdução. Este trabalho visa à análise de fontes biográficas de Leonardo da Vinci, sob a ótica da Invexometria.

Cronologia. Leonardo da Vinci ressomou dia 15 de abril de 1452, filho bastardo de Sir Pietro di Antonio da Vinci e de uma mulher que só ficou conhecida como Caterina. Dessomou em 02 de maio de 1519, aos 67 anos.

História. Foi uma das figuras mais representativas do Renascimento, motivo pelo qual uma de suas principais obras, A Monalisa, é utilizada como símbolo do período.

Carreira. Os registros históricos sobre sua carreira não são conclusivos. Contudo, há consenso que ele oferecia serviços artísticos (pintura e escultura), de engenharia e de arquitetura, nas esferas civil e militar. Prestou serviços de consultoria executiva e de direção de operações, este último sobretudo em projetos de maior escala.

Renda. Leonardo não se tornou uma pessoa rica, mas recebia bem por seus serviços, o que possibilitou uma vida confortável na maior parte do tempo. Contudo, o pagamento da corte era freqüentemente impontual, razão de queixas e períodos de dificuldade financeira.

Produtividade. O tom de impaciência sobre Leonardo nos registros de seus empregadores é freqüente. Era padrão atrasar ou não concluir suas obras. Dos menos de 20 trabalhos artísticos que produziu, 5 ou 6 parecem nunca ter saído de suas mãos.

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Justificativa. Não é claro o porquê desse padrão. Algumas evidência apontam para questões financeiras e pessoais. A falta de dinheiro, o perfeccionismo e, talvez, até a falta de interesse podem ser a causa.

Valores. Conjectura-se que Leonardo desvalorizava sua carreira artística diante da científica.

Empreendedorismo. Alguns fragmentos de suas anotações indicam que ele era gerente de negócios, recebendo aluguéis e remunerando assistentes e aprendizes de seu ateliê. Esses registros vão contra a idéia de sua improdutividade perpétua.

Acertos. Eis 3 pontos positivos na análise invexométrica de Leonardo, em ordem de importância:

1.    Exaustividade. Leonardo era exaustivo e detalhista em suas pesquisas, não contentando-se com a superficialidade e os compêndios. Era enciclopedista.

Livro. Planejou escrever um livro sobre a água, sobre o quê tirou 730 conclusões e listou 64 termos descritivos de seu movimento. A obra seria dividida em 15 partes.

2.    Cientificidade. Para Leonardo, só conhecimento derivado da experiência era válido. Seu rigor científico o ajudou no acerto de suas invenções e conclusões sobre o mundo natural e humano.

3.    Exemplarismo. Sua personalidade criativa, generalista, inovadora, polímata, original e pioneirista é até hoje exemplo para as consciências, de modo geral, mesmo após 500 anos de sua dessoma.

Atualidade. Os temas que abordou são relativamente atuais. Se dedicou a algumas das maiores questões a serem abordadas pelo intelecto humano no futuro próximo.

Erros. Eis 3 pontos deficitários da análise invexométrica de Leonardo, em ordem de importância:

1.    Escrita. As páginas sobreviventes de seus registros pessoais interam mais de 6.000. 25% a 80% de sua produção foram perdidos.

Mega-omissão. Embora tenha escrito muito e com qualidade sobre assuntos relevantes, nunca publicou seus trabalhos científicos. O conteúdo de seus registros certamente alterariam o curso de desenvolvimento técnico-científico da humanidade, por exemplo, nas áreas da arquitetura, aviação, engenharia, física e medicina.

Aviação. A máquina voadora que projetou, o ucello (grande pássaro), embora incapaz de voar, possibilitava a aeroplanagem, ainda há 4 séculos da invenção do avião.

2.    Belicismo. Leonardo julgava a guerra uma loucura bestial, mas desenhou armas cada vez mais destrutivas, possivelmente devido ao fascínio com o desafio de multiplicar o poder humano, em manifestação clara de belicismo e auto-incoerência.

3.    Afetividade. Não há registro de envolvimento afetivo-sexual em sua vida, afora uma acusação de sodomia, em seus 25 anos, com um jovem de 17 anos. Foi arquivada por falta de provas.

Polêmica. Nos últimos anos, a personalidade de Leonardo retomou enfoque devido à polêmica levantada pelo romance O Código da Vinci, de Dan Brown.

Realidade. A hipótese mais fundamentada por fatos a respeito de Leonardo ter sido um dos mestres do Priorado de Sião, e até mesmo a respeito da existência dessa sociedade secreta, é que a história se trata somente de um meio de exploração econômica.

Templários. Nöel Corbu divulgou no jornal local de Rennes-le-Château, França, a história do sacerdote Bérenger Saunière e sua suposta descoberta do tesouro dos Cavaleiros Templários, relacionado ao Priorado de Sião (La Dépêche, janeiro de 1956).

Turismo. Saunière foi responsável pela construção do castelo comprado por Nöel Corbu. Após a divulgação da história, o local trocou o desinteresse geral por milhares de visitas ao ano.

Desmistificação. A mega-omissão de Leonardo criou o mistério sobre seu nome. Um gênio à frente de seu tempo sem a radicação de seu pensamento é alvo fácil de especulações.

  1. KEMP, Martin. Leonardo da Vinci. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
  2. Abril Cultural. Mestres da Pintura – Leonardo da Vinci. 1ª Edição. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1977.
  3. Top Tape DVD. Desmascarando o Código da Vinci: Mistério ou Conspiração?; Documentário.
  4. Discovery Channel. Da Vinci Decodificado; Documentário.
  5. BBC Mundo Estranho. Leonardo da Vinci; Documentário.