As precocidades comumente vão no contrafluxo social, podendo tanto causar ganhos ou prejuízos para a própria pessoa e sociedade num geral. Neste artigo vamos explanar sobre um tipo de precocidade ainda raramente visto, mas considero que em um futuro próximo tende a se tornar cada vez mais popular. A precocidade assistencial é a assistência de alta qualidade prestada por uma consciência ainda em tenra idade biológica. Essa assistência pode abranger somente a família e pessoas próximas ou até mesmo ter grandes proporções. Para melhor compreensão do conceito vamos analisar aqui dois casos claros de precocidade assistencial.

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Estudos de Caso de Precocidade Assistencial

O primeiro caso é o da estadunidense Lily Born. Aos 9 anos de idade Lily observava o avô que possui a doença de Parkinson, na época ele já tinha grande dificuldade em levar bebidas a boca sem que acidentalmente derrubassem-nas. Pensando em resolver o problema e proporcionar maior autonomia ao avô, Born começou a trabalhar em uma caneca que fosse mais funcional para seu avô, evitando que seu conteúdo entornasse facilmente. Atualmente aos 11 anos Lily produz o “Kangaroo Cup” de material plástico, ainda em pequena escala, mas a um preço acessível. Este utensílio pode beneficiar muita gente acometida por doenças que afetam de alguma forma a coordenação dos movimentos dos braços. Conheça mais sobre Lily neste link.

O segundo caso é do canadense Ryan Hreljac. Quando Ryan possuía 6 anos de idade, em uma aula sua professora mencionou que milhares de crianças morriam, na África, todos os anos por consumir água contaminada. A mesma professora informou também que haviam ONG’s que construíam poços artesianos na tentativa de resolver o problema. Na ocasião Hreljac, mobilizou a escola, familiares e amigos para arrecadar recursos para financiar um poço artesiano na África. Em alguns meses ele conseguiu juntar somente parte do dinheiro. Comovida com o esforço do menino a ONG WaterCan completou os custos e construiu o equipamento em uma escola da Uganda. Em 2001, foi criada a Ryan’s Well Fundation que leva água potável e serviços de saneamento básico a aproximadamente 705 mil pessoas. Atualmente aos 23 anos é reconhecido pela Unicef com Líder Global da Juventude. Para conhecer mais sobre a Ryan’s Well Foundation, clique aqui.

Ryan Hreljac

O que estes dois casos têm em comum? Além da grande capacidade empática, a não passividade diante de situações que inspiram alguma assistência a ser feita, e a não intimidação diante do desafio perante a pouca idade cronológica. Pode se dizer que estes fatores foram o que os impulsionou a fazer algo respeito fronte a situação observada.

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Propósito de Vida e Precocidade

É comum encontrarmos pessoas mundo a fora que tem a sensação de ter algo importante a fazer, que sentem ter nascido com um propósito a ser cumprido. Entretanto, também é comum encontramos muitas destas pessoas sendo engolidas pelo contexto mesológico, deixando que essa sensação continue sendo somente uma impressão sem transformá-la em algo mais palpável.

Na tentativa de transformar essa sensação de missão a cumprir em algo mais concreto e produtivo, a Conscienciologia (ciência que estuda a consciência e suas manifestações) traz a técnica da Inversão Existencial (invéxis), que preconiza o planejamento máximo da vida, procurando evitar os “mata burros” da juventude, como envolvimento com drogas, amizades ociosas, atividades em colocam a vida em risco, entre outros. E priorizando o desenvolvimento de um comportamento maduro, trabalho assistencial e estabilidade econômica. Partindo do princípio que o indivíduo não necessita ter certa idade biológica para ter maturidade psicológica, extenso autoconhecimento e promover assistencialidade além do círculo familiar e de amigos. A técnica propõe a antecipação vários aspectos da vida, tendo em vista facilitar a execução do projeto de vida.

Dentro da Inversão Existencial esse processo de precocidade assistencial ganha um outro nome, Inversão Assistencial. A utilização do termo “inversão” vem devido ao fato de inverter o fluxo usualmente visto na sociedade, de expandir a capacidade assistencial, além dos limites da família e amizades, somente a partir da meia idade ou até mesmo a partir da aposentadoria. Deixando para o fim da vida a conscientização da sua responsabilidade social, só então percebendo que ela se expande para muito além do seu umbigo e círculo social mais próximo.

Segundo o psicólogo estadunidense Dean Simonton “as maiores figuras da ciência são pessoas que não hesitam em correr riscos, em perseguir ideais e sonhos que parecem ilógicos ou contrários ao pensamento dominante”. É ai que está a dificuldade da maioria de nós, pensar pela própria cabeça sem se deixar-nos tolher pela mesologia. De acordo com o psicólogo e pesquisador da conscienciologia Luciano Vicenzi, a tentativa de adequação às expectativas alheias é a tendência natural da autoestima fragilizada, mina a autoconfiança para galgar novos desafios e desestabiliza a automotivação para romper a dominação social.

O autoconhecimento lhe permitirá diferenciar os valores pessoais dos valores do meio onde vive. A capacidade de ser autêntico, principalmente consigo mesmo, é ferramenta preponderante para discernir criticamente as manipulações do meio, e construir perspectivas que tragam satisfação pessoal e progresso no processo de evolução consciencial.

Diante disto, leitor ou leitora, você já esteve diante de quantas oportunidades assistenciais nesta vida? Como agiu em cada uma delas: no papel de assistente ou de assistido?

Referências

  1. COSTA, L. Ryan Hreljac | Homens que você deveria conhecer #17. Disponível em: http://papodehomem.com.br/ryan-hreljac-homens-que-voce-deveria-conhecer-17/. Acesso em: 27/11/2014.
  2. VICENZI, L. Coragem para evoluir. 188 p. 3ª ed. Foz do Iguaçu: Associação Internacional Editares, 2012. Disponível para download gratuito em: http://editares.org.br/livros/download-gratuito/coragem-para-evoluir/. Acesso em: 02/12/2014.
  3. Menina de 11 anos cria caneca para pacientes com Parkinson, como seu avô. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/06/10/menina-de-11-anos-cria-caneca-para-portadores-da-doenca-de-parkinson.htm. Acesso em: 27/11/2014.

Rubia Henning é formada em Terapia Ocupacional e pós-graduada em Neuropsicopedagogia. Integrante do Grinvex Curitiba/Joinville.