Saiba como a autoqualificação pode te ajudar a conviver melhor com a sua família.
A nossa família é a primeira oportunidade que temos para fazer assistência, onde há uma convivência constante até certa idade. Por ser o primeiro ambiente de convívio, por que não se desenvolver e se qualificar nesta primeira oportunidade de convivência?
A autoqualificação pode ser iniciada em qualquer fase da vida. Uma vez que o jovem convive frequentemente com seus familiares, é essencial começar a se qualificar e retribuir os aportes dados pela família ainda na juventude, devido a convivência constante.
A convivência é a porta de entrada para a interação. Através da interação conseguimos conhecer mais as pessoas, ajudar e contribuir para a evolução do outro.
Começar a fazer assistência no convívio familiar desde jovem evidencia inteligência evolutiva, que define o autodiscernimento do indivíduo quanto à evolução racional.
Conscienciologia é a ciência que estuda a consciência (princípio inteligente, alma, espírito, ego, personalidade), considerando todos os seus atributos, fenômenos parapsíquicos, múltiplas vidas e as manifestações nas dimensões física e extrafísica. A consciência é você, sua essência, um princípio inteligente, e autoconsciente, que sobrevive para além da morte do corpo físico (saiba mais aqui). Portanto, vale considerar ao longo da leitura deste artigo, o princípio da descrença:
Não acredite em nada, nem mesmo o que você está lendo neste artigo. Experimente, tenha suas próprias experiências.
Uns dos primeiros passos para a autoqualificação é desenvolver e fortalecer as próprias potencialidades. Veja abaixo 8 qualidades ou trafores (traços-força) que podem ser desenvolvidos e qualificados por qualquer pessoa interessada. São exemplos práticos que favorecem a convivência familiar e auxiliam a qualificação pessoal:
- Abertismo. Ter abertismo consciencial é essencial para compreender e assistir os familiares. Exemplo: O jovem que está aberto para receber feedbacks dos familiares, sejam eles positivos ou negativos.
- Assistencialidade. Toda pessoa possui algum nível de assistencialidade, embora algumas pessoas tenham esse atributo mais desenvolvido que outras pessoas. Exemplo: A jovem esclareceu seu pai em determinado contexto, como efeito dessa ação o pai teve várias reflexões e mudanças íntimas.
- Bom humor. O bom humor ajuda no rapport (em inglês, significa conexão) e no desassédio em determinadas situações familiar. Exemplo: O adolescente levou com bom humor alguma adversidade, que ajudou a desdramatizar a situação.
- Compreensão. A compreensão favorece uma melhor convivência. Compreender as tendências, os trafores (traços-força), os trafares (traços-fardo) dos familiares é indispensável para melhorar a interação com as pessoas. Exemplo: O jovem que compreende determinada tendência da irmã, conseguindo ajudar e entender o porquê da atitude.
- Criticidade. O senso crítico é importante para a diminuição da ingenuidade e o aumento da visão realista das situações. Exemplo: A adolescente que se posiciona e usa o senso crítico sadio em determinada situação no ambiente familiar, pode ajudar as pessoas ao redor com o próprio exemplarismo e na visão mais realista da situação.
- Disponibilidade. Não há interação e nem assistência sem disponibilidade. Exemplo: A jovem que fica se desperdiçando na internet, não tem disponibilidade para interagir e nem a oportunidade de assistência.
- Empatia. Se colocar no lugar do outro pode favorecer a compreensão e na visão de conjunto. Exemplo: A jovem que observa sua mãe fazendo os afazeres de casa sozinha, com isso decidi ajudar, mostrando empatia com a mãe.
- Paciência. Na convivência é fundamental desenvolver paciência. Ensinar demanda paciência. Na convivência sempre existem atitudes e comportamentos dos familiares que nos incomodam, mas devemos lembrar que ninguém muda ninguém, o melhor a se fazer é dar o próprio exemplo. Toda mudança íntima demanda tempo e paciência. Exemplo: O jovem que tem paciência em ensinar seus avós a mexer no celular.
A assunção dos trafores (traços-força) é muito importante neste sentido de qualificação no ambiente familiar. Quando assumidos nossas qualidades, talentos evolutivos ou trafores conseguimos ver quem realmente somos, isso contribui para nosso autoconhecimento e na nossa autoqualificação.
Família e autoqualificação na juventude
Para nos qualificar como pessoas e assistentes ainda no convívio familiar é preciso identificar os nossos trafores e trafares. Neste sentido, se conheça melhor através do método da autopesquisa. A autopesquisa é a pesquisa de si mesmo, analisando traços pessoais, qualidades e estruturas de sua própria personalidade, objetivando acelerar o autoconhecimento e a evolução, para seu próprio bem e dos demais. Saiba mais aqui.
Vamos fazer o seguinte exercício de três passos:
1. Pegue uma folha em branco e risque uma linha central, dividindo a folha em duas partes.
2. No lado esquerdo escreva qualidades; no direito, defeitos.
3. Por último, faça uma lista de todas as suas qualidades e seus defeitos.
Veja um exemplo de identificação das qualidades e defeitos na tabela abaixo, com o objetivo de promover o autoconhecimento básico:
Qualidades | Defeitos |
Assistencialidade | Vitimização |
Intelectualidade | Timidez |
Disponibilidade | Dispersão |
Bom humor | Carência afetiva |
Determinação | Arrogância |
Foco | Controle |
Generosidade | Irritabilidade |
Depois de identificado, é fundamental reconhecer os trafores. Umas das formas de reconhecer as nossas qualidades pessoais é fazer a lista mostrada a cima e apontar fatos que mostram que você realmente tem o determinado traço.
Nos conhecer melhor nos auxilia na autoqualificação, pois favorece a compreensão dos próprios traços. Além disso, contribui no melhoramento das posturas negativas ao longo da convivência, na potencialização dos trafores e na qualificação da interassistencialidade.
Interassistencialidade é a qualidade da vivência da assistência mútua, fundamentada na tarefa do esclarecimento (tares) e na inteligência evolutiva (NONATO et. al, 2011).
Dentro da assistência, tem dois tipos, a tares (tarefa do esclarecimento) e a tacon (tarefa da consolação).
A tares, ou tarefa de esclarecimento, é avançada por ser objetiva, indo direto ao ponto onde precisa ser reciclado ou esclarecido. Já a tacon, tarefa da consolação, é primária, não vai fundo na raiz dos problemas, sendo superficial e gerando algum tipo de dependência.
Veja abaixo, 1 exemplo prático de tares e tacon em um mesmo contexto:
Exemplo de tares: Você está com dificuldade em determinada tarefa da escola, então decide pedir ajuda para sua irmã mais velha. Sua irmã te indica um vídeo aula e te ajuda. Você aprende matéria conseguindo resolver as tarefas propostas. A ação da irmã demandou paciência e esforço.
Exemplo de tacon: Você está com dificuldade em determinada tarefa da escola, então decide pedir ajuda para sua irmã mais velha. Sua irmã te dá a resposta e você não aprende a matéria. Neste caso, a ação da irmã não demandou paciência e nem esforço.
Como podemos observar nos exemplos, a tares demanda paciência, é mais difícil de executar. Já a tacon é mais superficial, não demanda tanto esforço.
Observe abaixo, 14 posturas que auxiliam em atitudes mais maduras no convívio familiar:
- Antiqueixa. A postura antiqueixa é fundamental para a autoqualificação ainda no convívio familiar. Muitas vezes reclamamos das coisas que não temos, e como resultado: não aproveitamos o que temos. Neste sentido, desvalorizamos os aportes e os suportes dados pela a família. Em vários casos a família tenta dar o seu melhor, quando não valorizamos o esforço dos familiares, principalmente dos pais, temos uma postura de ingratidão. Para adquirir a postura antiqueixa é preciso observar o que temos e que as outras pessoas não têm, isso vai auxiliar no aproveitamento dos aportes e na diminuição do ato de se colocar em papel de vítima.
- Autocompreensão. O conhecimento de quem realmente somos, ajuda a entender o impacto das nossas atitudes, sejam positivas ou negativas, nas pessoas ao redor e como o exemplo pessoal pode ajudar na evolução do outro.
- Automotivação. Manter a motivação pessoal pode auxiliar no desempenho da autoqualificação.
- Autopesquisa. Como citada e explicada acima, a autopesquisa é fundamental para o desenvolvimento dos nossos trafores e superação dos nossos trafares.
- Determinação. Muitas vezes, a determinação vem de algo que gostamos de fazer e que queremos que aconteça. Neste sentido, se queremos nos qualificar ainda no convívio familiar é preciso começar ter determinação. A determinação nos move.
- Prática. É fundamental ir para prática e não ficar apenas na teoria. A prática nos mostra a realidade e os resultados obtidos.
- Posicionamento. A autoqualificação demanda posicionamento daquilo que realmente queremos para a nossa vida. A falta de posicionamento quanto as incoerências dos familiares dificulta a assistência precoce, devido o acumpliciamento negativo. Por exemplo, o jovem que fica ao redor ouvindo as fofocas dos familiares, não necessariamente precisa contribuir com a fofoca, mas só o ato de estar por perto mostra acumpliciamento e falta de posicionamento. A questão é: porque ficar ouvindo e contribuindo com fofocas que não trarão ganhos evolutivos? O ideal é o jovem se posicionar em contextos como este. Fofoca é assédio.
- Recins. As reciclagens íntimas é umas das bases da autoqualificação, pois ela gera maior nível de lucidez e de autodesenvolvimento.
- Reflexão. É importante refletir de qual maneira podemos ajudar de modo mais assertivo nossos familiares, considerando os trafores, trafares e tendências de cada um.
- Responsabilidade. A autoqualificação vem da assunção das responsabilidades evolutivas. Para se qualificar é preciso assumir as responsabilidades, os trafores.
- Propósito. Quando identificamos nosso propósito de vida, fica mais fácil entender a lógica de se qualificar.
- Traumas. Traumas podem ser causados por coisas pequenas, como por exemplo, o pai que gritou com seu filho ainda crianças, o filho cresce sendo uma pessoa tímida devido o acontecimento. É indispensável identificar nossos traumas e superar eles, pois quando não superamos tendemos a ficar pensando mal da pessoa que de certa forma causou o trauma. E além disso, assumir a responsabilidade de superar os traumas de infância e perdoar os familiares.
- Influência. O meio em que vivemos influencia na nossa maneira de pensar e agir. Na identificação das influências, seja pelos os trafores, trafares e tendências dos familiares, pode contribuir para o conhecimento de quem realmente somos.
- Organização. A organização é fundamental para a disponibilidade do jovem. Colocar um tempo na rotina para refletir e ficar com os familiares pode contribuir na criação de hábitos assistenciais e no rapport com os familiares.
Essas posturas contribuem para o aumento da maturidade e do entendimento do nosso papel no convívio em que estamos inseridos, consequentemente mostrando um maior nível de inteligência evolutiva.
Inteligência evolutiva é aquela que define o autodiscernimento do indivíduo quanto à evolução racional.
Além disso, pode contribuir a conexão maior com o curso intermissivo, realizado pelas consciências que se posicionaram a mudar e evoluir fizeram antes de renascer, no período entre vidas. Essas consciências que fizeram esse curso são chamadas de intermissivistas. (Leia mais sobre curso intermissivo aqui).
Qualificação no convívio familiar e inversão existencial
Além dos trafores e posturas que favorecem a autoqualificação apresentadas, o jovem pode se apoiar em técnicas mais avançadas para antecipar a autoqualificação. A técnica da Inversão Existencial auxilia neste alinhamento da vida em função do propósito de vida pessoal.
A inversão existencial é a técnica de otimização máxima da vida humana, fundamentada na Conscienciologia, aplicada desde a juventude, objetivando o exercício precoce do auxílio aos outros e o cumprimento da programação existencial (proéxis), também conhecido como propósito ou missão de vida.
Dentro da inversão existencial há a inversão assistencial, que é o ato da moça ou rapaz de direcionar os autesforços pros a prática da interassistência, embasada na tares.
O jovem que pratica e vivencia a interassistência vai obter resultados evolutivos e vai adquirir atitudes e manifestações mais assertivas. Além disso, a pessoa vai obtendo cada vez mais o amor próprio, consequentemente, a autovalorização. E como o tempo hábitos essenciais para sua evolução.
Veja abaixo, efeitos evolutivos que o aplicante da invéxis pode obter em busca da autoqualificação ainda no convívio familiar:
- Recuperação de lucidez;
- Qualificação dos trafores;
- Maior visão de conjunto;
- Aumento da maturidade;
- Autonomia;
- Criação de hábitos assistências;
- Reciclagens íntimas;
- Criação do rapport entre os familiares;
- Criticidade sadia.
- Os aprendizados ao fazer assistência;
- O reconhecimento e valorização dos aportes;
- Desenvolvimento da tares.
Podemos concluir com algumas analogias sobre o processo de autoqualificação:
- Flor. Somos como uma flor, precisamos nos abrir para sair no nosso “mundinho”, vendo a realidade e poder assistir as pessoas.
- Potencialização. Se temos uma flor e deixamos ela de lado, ela vai acabar ficando murcha com o tempo. O mesmo acontece com os trafores, quando não os aplicamos, eles se enfraquecem.
- Planetas. Somos como um foguete, o qual precisamos sair da Terra (do nosso “mundinho”), para ver o tamanho do universo e a existência de outros planetas.
Quanto antes o jovem iniciar a prática assistencial com os seus familiares, mais oportunidades de desenvolvimento e qualificação ele terá.
Um dia vamos ter que nos qualificar, a questão é: porque não começar agora?
Referências Bibliográficas
- Gestações Conscienciais – Especial Grinvex 2020.
- Barbosa, Cassianne; Interassistência Familiar Precoce; verbete; In: Vieira, Waldo; Org.; Enciclopédia da Conscienciologia; Verbete N. 5.115; apresentado no Tertuliarium / CEAEC, Foz do Iguaçu, PR; 05.02.2020; disponível em: <http://encyclossapiens.space/buscaverbete>; acesso em: 29.11.2020; 14h01.
- Live Pesquisa em Debate da ASSINVÉXIS: “Interassistência Familiar Precoce” – https://www.youtube.com/watch?v=G_5aiXLIZy8&t=2161s.
- Nonato, Alexandre; et. al.; Inversão Existencial: Autoconhecimento, Assistência e Evolução desde a Juventude; 304 p.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2011.