Você já ouviu falar na técnica da Fórmula da Retribuição Pessoal? Já fez um balanço dos aportes recebidos nessa existência?

A inversão existencial, ou invéxis, é uma técnica de planejamento máximo da vida humana, fundamentada nas premissas da ciência Conscienciologia, objetivando a dinamização da evolução pessoal e o exercício precoce da assistência, sem influências místicas, doutrinárias, políticas ou acadêmicas.

A invéxis é centrada na dedicação exclusiva, em tempo integral, à programação existencial, ou proéxis. A proéxis é o planejamento da vida intrafísica, feita pela consciência antes de renascer em seu novo corpo físico (ainda na dimensão extrafísica), envolvendo a época e local de nascimento, a genética, a cultura e, principalmente, um conjunto de tarefas assistenciais para serem realizadas.

A filosofia básica da inversão existencial é a dispensa em esperar a época da aposentadoria, maior maturidade biológica ou estabilidade financeira, para começar a se dedicar às tarefas assistenciais inclusas no escopo da programação existencial.

Fonte: Freepik

Fórmulas para a identificação da proéxis

Portanto, ao inversor existencial, cabe uma pergunta chave: qual a minha proéxis? Ela pode ser descoberta por meio de avaliação autocrítica da própria personalidade e do balanço da própria vida. O professor Waldo Vieira, em seu livro Manual da Proéxis, descreve duas fórmulas básicas para identificação proéxis:

  1. Personalidade. Fórmula dos traços conscienciais.
  2. Assistência. Fórmula da retribuição assistencial.

Fórmula dos Traços Conscienciais

A primeira consiste no confronto, em folha de papel, em duas colunas. Na coluna da esquerda, enumere seu trafores – traços força, qualidades, virtudes, predicados – na da direita, escreva seus trafares – traços fardos, vícios, defeitos, maus-hábitos. Neste confronto, obtêm-se o saldo final de suas potencialidades nessa vida.

Caso tenha dificuldade em estabelecer esse confronto, peça para pessoas mais próximas que lhe ajudem. Quem já teve algum conflito conosco, ou tem alguma ressalva em relação aos nossos pontos de vistas, gostos, afetos e priorizações, será mais explícito nas heterocríticas.

Conhecendo melhor a nós mesmo, é mais fácil dinamizar nossos esforços, fazer reciclagens e direcionar nossas metas e objetivos. O inversor existencial, antes de procurar fazer assistência às outras consciências, precisa estar consciente de seus trafores e trafares.

Fórmula da Retribuição Assistencial

A segunda fórmula, da retribuição assistencial, é o tema central deste artigo. Deste modo, iremos falar mais profundamente sobre ela.
Ao inversor interessado na dinamização dos próprios desempenhos, é necessário fazer constantes questionamentos autocríticos, a fim de identificar lacunas, erros, omissões e acertos. A fórmula da retribuição assistencial busca responder à seguinte pergunta, em relação ao balanço da proéxis: “Retribuo o que recebi na escola da terra?”.

A técnica é aplicada da seguinte maneira: com bastante autocrítica, estabeleça um cotejo entre todo o seu recebimento intrafísico, ou tudo aquilo de bom que já recebeu em sua vida humana, em relação à sua retribuição assistencial. A retribuição é tudo aquilo que você já deu de volta, a partir dos próprios esforços, direta e pessoalmente, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Como afirma Vieira, no livro Manual da Proéxis, “o saldo entre o seu recebimento e a sua retribuição, perante a vida, fornece as diretrizes para a execução de sua proéxis”. A partir deste diagnóstico claro, a pessoa identifica 3 categorias de realizações:

  1. Realizado. Tudo aquilo já realizado ou retribuído por você, estando com um saldo positivo nesta área.
  2. Omissão. Tarefas, realizações ou assistência omissa, em determinada área de manifestação, às quais já poderia ter sido feitas ou estarem em plena execução.
  3. Pendências. Projetos assistenciais futuros pendentes, com possibilidades de serem realizadas, preferencialmente o quanto antes.

Aportes Proexológicos e Retribuição Assistencial

Para compreendermos melhor a fórmula da retribuição pessoal, é importante entendermos o conceito de aporte proexológico. Segundo o pesquisador Laênio Loche, o aporte proexológico é:

“todo e qualquer recurso recebido pela conscin, homem ou mulher, durante a vida, decorrente do investimento do Maximecanismo Multidimensional
Interassistencial, sobretudo na fase preparatória da autoproéxis, constituído por ferramentas úteis, aprendizados e condições favoráveis ao bom desempenho das tarefas interassistenciais”.

Traduzindo em palavras mais simples, aporte proexológico é tudo aquilo que a pessoa recebeu de útil em sua vida, servindo ao modo de ferramenta alavancadora da evolução pessoal e grupal. Portanto, identificar os aportes recebidos aponta as diretrizes da proéxis, a partir da seguinte máxima: a ferramenta indica o ofício. A fim de exemplificarmos melhor o assunto, segue uma lista com 10 aportes proexológicos:

  1. Intelectualidade. O estudo em instituição de ensino avançada.
  2. Parapsiquismo. O incentivo para desenvolver o parapsquismo.
  3. Afetividade. O afeto recebido pela família nuclear.
  4. Empreendedorismo. A educação financeira ou empreendedora.
  5. Biblioteca. O fácil acesso a bibliotecas.
  6. Agente. Os cursos de Conscienciologia, favorecendo a recuperação de cons.
  7. Livros. A leitura de livros capazes de ampliar a compreensão de si e do mundo.
  8. Amizades. As amizades raríssimas, às vezes mudando nosso próprio destino.
  9. Duplismo. A parceria afetivo-sexual harmoniosa, visando a dupla evolutiva.
  10. Campus. As instalações de autopesquisa nos campi conscienciológicos.

Invéxis e Aportes Proexológicos

Todo aplicante ou interessado na técnica da invéxis recebeu – e provavelmente ainda recebe – diversos aportes proexológicos. Basta autocrítica e gratidão para identificá-los. A inversão existencial é paratécnica evolutiva avançada, pois propõe o desafio de viver no contrafluxo social desde o início da vida. Aplicar esta técnica não é fácil, portanto, é necessário receber diversos aportes ao longo da vida.

Contudo, ao mesmo tempo que o recebimento de aportes está presente, a inversão existencial propõe a retribuição desses aportes desde o início da vida. Há na sociedade atual um incentivo à permanência do jovem em uma condição cômoda, imatura, de recebimento passivo.

Permanecer na casa dos pais o maior tempo possível, manter-se exclusivamente focado nos estudos, começar a trabalhar somente depois da faculdade, desprezar trabalhos voluntários e ações sociais são comportamentos comuns na juventude atual. A invéxis propõe
o oposto disso. A você, leitor, convido a fazer as seguintes reflexões, independente de sua idade atual.

  1. Cursos. Você já atuou enquanto aluno de curso de Conscienciologia, em qualquer Instituição Conscienciocêntrica? Se sim, já pensou em atuar como docente, objetivando retribuir este aporte recebido?
  2. Textos. Você já leu quantos textos – artigos, verbetes, livros ou tratados – escrito por algum voluntário de Instituição Conscienciocêntrica? Já pensou em publicar suas melhores ideias em algum periódico científico, objetivando retribuir este aporte recebido?
  3. Família. Você ressomou na dimensão intrafísica, em família mais ou menos estruturada, porém capaz de lhe fornecer seu atual soma e condições mínimas para ler este artigo. O quanto já retribuiu, afetiva, energética ou financeiramente, para os seus familiares?

Esses 3 questionamentos básicos podem auxiliar o jovem aplicante da invéxis a enumerar metas mais pragmáticas e assistenciais para a sua vida. A docência e a escrita, de modo genérico, são as principais formas pelas quais o intermissivista retribui o que recebeu em sua proéxis.

As condições de assistido (recebendo aportes proexológicos) ou assistente (doando aportes proexológicos) variam percentualmente em cada fase da vida, naturalmente. Na fase preparatória da proéxis – até os 35 anos de idade biológica – geralmente predomina-se a condição de assistido. Contudo, a partir da inversão existencial, a conscin pode inverter este fluxo, permanecendo predominantemente assistente, às vezes, antes dos 26 anos de idade.

Além disso, é possível em uma mesma situação ser tanto assistido como assistente. Por exemplo, o jovem que inicia o trabalho voluntário aos 15 anos de idade, embora esteja doando seus esforços sem pedir nada em troca, acaba sendo o maior assistido.

Devido à pouca experiência de vida, é natural que possua trafores pouco
desenvolvidos, algum nível de inibição, habilidades técnicas incipientes, dentre outras condições imaturas. Ao começar a fazer assistência nas áreas financeiras, de marketing ou docente de uma instituição, o jovem acaba antecipando sua maturidade e desenvolvendo habilidades que normalmente só possuiria depois de adulto.

Nesses contextos, o jovem já começa retribuir, em algum percentual, aquilo que recebeu em sua vida. Ao longo da História da Conscienciologia, há diversos casos em que jovens ou até adolescentes coordenavam departamentos de instituições conscienciocêntricas.

Contudo, embora estas condições sejam indiscutivelmente assistenciais, o inversor pode estar mais recebendo do que doando nesses contextos.

Contudo, conforme amadurece, a situação muda de figura. Um jovem que começa a dar aula de Conscienciologia aos 16 anos de idade, quando tiver 26 anos, já possui 10 anos de experiência docente, inclusive itinerante. Embora ainda receba assistência nos cursos que ministra, acaba atuando mais como professor orientador, docente referência, escritor de cursos pessoais, dentre outras condições de maior liderança.

O mesmo ocorre por exemplo com a escrita. Ao iniciar a escrita de verbetes para a Enciclopédia da Conscienciologia, artigos para o Simpósio do Grinvex e para o blog de Instituições Conscienciocêntricas, embora já comece a retribuir o que recebeu, ainda é um aprendiz de escritor.

Contudo, quando mais maduro e com mais experiência, começa a publicação de livros, contendo verdades relativas de ponta capazes de ampliar o escopo assistencial da Conscienciologia. Neste momento, embora também recebe assistência para fazer suas publicações, acaba atuando em uma situação de mais assistente.

Esta mesma lógica pode ser aplicada nas diversas áreas da vida: carreira profissional, dupla evolutiva, família, finanças. O mais importante ao jovem aplicante da invéxis é identificar, com autocrítica, todas as situações nas quais permanece predominantemente como assistido. A partir disso, definir ações e metas pragmáticas a fim de se tornar assistente.

Para identificar se em determinada área da vida você mais recebe ou retribui aportes, alguns questionamentos podem ajudar:

  1. Saldo. Os efeitos gerados pela assistência que estou prestando, superam os benefícios que estou recebendo por isso?
  2. Trabalho. As minhas dificuldades e autoconflitos ainda demandam atenção e cuidado de outras pessoas? Muito ajuda quem não atrapalha.

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Aplicação da Fórmula da Retribuição Pessoal no Zeitgeist Atual

Apesar da indiscutível melhora no padrão de vida, do fácil acesso à informação e da melhora da escolaridade, atualmente a fórmula da retribuição pessoal está sendo cada vez mais desprezada pelos jovens. Estamos vivendo na era do individualismo e da autovitimização.

Um fato que corrobora com esta hipótese, é o aumento do número de filhos canguru nas últimas décadas, isto é, jovens na faixa etária de 25 a 35 anos de idade que permanecem na casa dos pais, mesmo possuindo condições financeiras para ser independente. Há uma década, este número permanecia em torno dos 20% dos jovens nessa faixa etária. Hoje, saltou
para 25%. (https://veja.abril.com.br/ideias/o-apogeu-da-geracao-canguru-de-filhos-que-nao-saem-de-casa/).

Os argumentos em geral giram em torno da economia de dinheiro e da possibilidade de poder viajar ou “curtir a vida” por mais tempo. Contudo, é desconsiderado o amadurecimento pessoal, a permanência na zona de conforto e, principalmente, a liberdade e o conforto dos pais. Por vezes, a condição de filho canguru promove uma dependência afetiva tanto nos pais quanto nos filhos.

A invéxis, a partir da fórmula da retribuição pessoal, propõe a antecipação da maturidade e isso inclui a saída da casa dos pais, movimento básico para angariar maior autonomia de pensamento, energética e afetiva. Além disso, sair da casa dos pais permite maior isenção e autoridade moral para se posicionar contra determinadas imaturidades no meio familiar, ampliando o potencial assistencial do jovem.

Além da geração canguru, há também o crescimento da geração nem-nem. Em 2018, em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), revelou que de 23% dos jovens na faixa etária entre 15 e 19 anos, cerca de 11 milhões de brasileiros, não estuda e nem trabalham. (https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-
cidadania/geracao-nem-nem-ja-soma-11-milhoes-de-jovens e
https://jornal.usp.br/atualidades/numero-de-jovens-que-nem-estudam-nem-trabalham-cresceu-com-a-crise/
).

A despeito dos argumentos sócio culturais destacados nas pesquisas, a geração nem-nem é condição antagônica à inversão existencial, pois demonstra inabilidade em retribuir ou aproveitar os aportes recebidos, inadaptação social, comodismo e/ou vitimização. Pela óptica do paradigma consciencial, a vontade é o maior poder da consciência, e tendo em vista o fácil acesso à tecnologia e a democratização cada vez maior das universidades, todo jovem é capaz de se organizar para estudar, trabalhar, voluntariar e retribuir os aportes que recebeu.

Outro fato que evidencia a dificuldade dos jovens em aplicarem a fórmula da retribuição pessoal é o tempo gasto em redes sociais. Somente no Brasil, há uma média diária é de 3 horas e 41 minutos! (https://www.emarketer.com/content/top-10-countries-where-people-spend-most-time-on-social-media). Obviamente, a internet é um aporte
existencial que poderia estar sendo retribuído de melhores formas.

A inversão existencial é uma técnica de planejamento máximo da vida humana, iniciada desde a juventude. Dentre seus objetivos principais estão o cumprimento da programação existencial e o exercício precoce da assistência. Neste novo século, o desafio da invéxis é superar a tendência à acomodação, vitimização e reivindicação exagerada de direitos.

A aplicação da fórmula da retribuição pessoal, desde a juventude, está no cerne da Invexologia, e permanece disponível para qualquer jovem determinado.

Referências:

Livro:

Vieira, Waldo; Manual da Proéxis: Programação Existencial; revisores Erotides Louly; & Helena Araújo; 164 p.; 40 caps.; 18 E-mails; 86 enus.; 1 foto; 1 microbiografia; 16 websites; 17 refs.; alf.; 21 x 14 cm; br.; 5ª Ed. rev.; Associ­ação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2011.

Verbete:

Loche, La; Aporte Existencial; verbete; In: Vieira, Waldo; Org.; Enciclopédia da Conscienciologia; apres. Coordenação da ENCYCLOSSAPIENS; revisores Equipe de Revisores da ENCYCLOSSAPIENS; 27 Vols.; 23.178 p.; Vol. 3; 1.112 citações; 11 cronologias; 33 E-mails; 206.055 enus.; 602 especialidades; 1 foto; glos. 4.580 termos (verbetes); 701 microbiografias; 270 tabs.; 702 verbetógrafos; 28 websites; 670 filmes; 54 videografias; 1.087 webgrafias; 13.896 refs.; 9ª Ed. rev. e aum.; Associação Internacional de Enciclopediologia Conscienciológica (ENCYCLOSSAPIENS); & Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2018; ISBN 978-85-8477-118-9; páginas 1.496 a 1.502.

Notícias:

  1. O apogeu da “geração canguru”, de filhos que não saem de casa. https://veja.abril.com.br/ideias/o-apogeu-da-geracao-canguru-de-filhos-que-nao-saem-de-casa/
    Geração nem-nem já soma 11 milhões de jovens. https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/geracao-nem-nem-ja-soma-11-milhoes-de-jovens
  2. Número de jovens que nem estudam nem trabalham cresceu com a crise. https://jornal.usp.br/atualidades/numero-de-jovens-que-nem-estudam-nem-trabalham-cresceu-com-a-crise/
  3. The top 10 countries where people spend the most time on social media. https://www.emarketer.com/content/top-10-countries-where-people-spend-most-time-on-social-media.