Malala Yousafzai (1997-) é uma estudante, blogueira, escritora e ativista paquistanesa atuante em prol dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação. Destaca-se enquanto a pessoa mais jovem laureada com o Prêmio Nobel, na ocasião com 17 anos e ainda na categoria mais distinta: Paz, sendo considerada uma das pessoas mais influentes do mundo em 2013 pela revista Time.

Neste artigo, vamos explorar uma análise da vida de Malala de acordo com visão invexológica, abordando os seguintes tópicos:

  1. Uma breve biografia de Malala e suas ideias mais marcantes.
  2. O que é a proposta da técnica da inversão existencial (invéxis).
  3. As diferenças e semelhanças da vida de Malala com a invéxis.

Biografia de Malala Yousafzai

Malala nasceu no vale do Swat, no Paquistão, em uma família de origem humilde e dentro da cultura pachtun, cuja religião era o Islamismo, na qual as mulheres eram criadas para casar e procriar. Entretanto, pela influência de seu pai, educador e orador defensor da liberdade, Malala cresceu em meio ao ambiente de estudo, ensino e aprendizagem.

Bem-humorada, comunicativa, inteligente e disciplinada nos estudos, Malala rapidamente tornou-se destaque em sua escola. No entanto, com o fortalecimento do regime Talibã em sua região e o aumento do extremismo religioso, escolas foram fechadas e meninas foram coibidas de estudar. Com apenas 11 anos, deu entrevista na televisão em rede nacional falando da repressão ocorrida em seu país, e assim começou a destacar-se por seus discursos libertários em prol da educação.

Como resultado, Malala foi convidada a tornar-se uma correspondente anônima da BBC, reportando a situação local com o pseudônimo de Gul Makai, no formato de um diário de experiências através de um blog na internet. A enorme repercussão de seus relatos foi reproduzida em diversos jornais no globo, chamou atenção mundial para sua região. Malala começou a perceber a força das palavras sobre as armas, e começou a também fazer discursos, com sua atuação pública ganhando mais destaque enquanto uma voz contrária ao radicalismo dos Talibãs.

Malala Yousafzai dando entrevista sobre sua autobiografia

Atentado a Malala

Um ponto marcante em sua biografia ocorreu em 2012, quando aos 15 anos, no dia 09 de outubro de 2012, sofreu atentado terrorista levando um tiro na cabeça dentro do ônibus enquanto ia à escola. Assim, foi levada ao hospital em estado gravíssimo, operada e posteriormente transferida para Birmingham, Inglaterra, onde recuperou-se do incidente de modo incrível. Ainda, o caso ganhou forte repercussão mundial sobre o direito à educação das meninas em meio ao crescente neoterrorismo.

Porém, Malala foi jurada de morte pelos talibãs de seu país, por isso passou a residir com a família na Inglaterra, voltando a estudar no ensino formal. Com o intuito de ampliar o direito a educação, proferiu discursos a favor da educação na sede da ONU, recebendo o prêmio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu. Da mesma forma, o livro e filme sobre sua história foram divulgados mundialmente, e sua atuação repercute na criação de novas escolas e liberdade de direitos, em especial para meninas jovens. Desse modo, atualmente, possui uma instituição em seu nome com tal finalidade, que já ajudou milhares de crianças a terem acesso à educação.

A fascinante história de Malala Yousafzai foi gravada em vídeo no documentário “He Named me Malala”. Assista agora ao trailer: 

A Rede Globo também retratou sua história ao modo de uma animação na série Mulheres Fantásticas:

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Frases de Malala Yousafzai

Um dos traços-força que se destaca em Malala é a sua comunicação de grande repercussão social. Por isso, suas afirmações costumam ser de impacto, tanto pelo conteúdo quanto pela sua tenra idade ao expressar ideias importantes para a sociedade. Assim, a seguir selecionamos 10 frases proferidas por ela em seus discursos:

“Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo.”

“O Talibã podia tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podia impedir nossas mentes de pensar.”

“Eles acharam que balas nos silenciariam, mas falharam e, então, do silêncio vieram milhares de vozes. Os terroristas pensaram que mudariam nossos objetivos e eliminariam nossos desejos, mas apenas uma coisa mudou na minha vida: a fraqueza, o medo e a falta de esperança morreram, enquanto a força, o poder e a coragem nasceram.”

“A educação é o poder das mulheres.”

“Um dia vamos acordar e ver todas as meninas, no Brasil e no mundo, na escola. Sem medo de estudar, com educação de qualidade, sem sofrer discriminação, sem ser obrigada a casar ou enfrentar trabalho infantil. E podendo sonhar com o que quiser – ser médica, policial ou qualquer outra coisa.”

“Com armas, você pode matar terroristas. Com educação, você pode matar o terrorismo.”

“Façamos nosso futuro hoje e, de nossos sonhos, a realidade de amanhã.”

“Eu acredito sinceramente que a única maneira que nós podemos criar uma paz mundial é através não só da educação das nossas mentes, mas também dos nossos corações e nossas almas.”

“Eu conto a minha história não porque ela é única, mas porque não é. É a história de muitas meninas.”

“Eu levanto a minha voz, não para gritar. Mas para aqueles que não tem voz possam ser ouvidos.”

Veja a seguir a opinião de Malala sobre a educação no Brasil, em sua visita ao país em 2018:

Realizações e vida atual de Malala Yousafzai

Eis a seguir uma listagem de 17 premiações recebidas por Malala, em ordem de ocorrência, devido à sua atuação em função da defesa ao direito à educação:

  1. Prémio Nacional da Paz da Juventude (2011)
  2. Sitara-e-Shujaat, Prêmio coragem civil terceira maior do Paquistão
  3. Revista Foreign Policy, top 100 pensador global(2012)
  4. Time, lista de pessoas influentes (2012)
  5. Madre Teresa Memorial, prêmio para a Justiça Social (2012)
  6. Prêmio Romano pela Paz e Ação Humanitária (2012)
  7. Top Name 2012, Pesquisa Anual da Global English (2013)
  8. Prêmio Simone de Beauvoir (2013)
  9. Prêmio Fred e Anne Jarvis, da União Nacional de Professores do Reino Unido (2013)
  10. Prêmio Anual de Desenvolvimento do Fundo de OPEP para o Desenvolvimento Internacional (OFID) (2013)
  11. Prêmio Internacional Catalunya (2013)
  12. Prêmio Anna Politkovskaya (2013)
  13. Prêmio internacional da Criança (2013)
  14. Prémio Sakharov (2013)
  15. Prémio Nobel da Paz (2014)
  16. Doutora Honoris Causa pela Universidade de Pádua (2016)
  17. Doutora Honoris Causa pela Universidade de Ottawa (2017)

Até o momento (2020), Malala já publicou três livros, sendo eles:

  1. Eu sou Malala – A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã – 2013.
  2. Malala e Seu Lápis Mágico – 2017, livro voltado para o público infantil.
  3. Longe de casa: Minha jornada e histórias de refugiadas pelo mundo – 2019.

Malala também criou uma fundação em seu nome, o Malala Fund, que investe em ativistas da área da educação em todo mundo, especificamente direcionado para a educação básica de meninas além da pobreza, guerra e discriminação de gênero. Sua instituição possui atuação no Afeganistão, Brasil, Índia, Nigéria, Paquistão e Síria.

Recentemente, aos 22 anos, Malala formou-se em filosofia, política e economia na Universidade de Oxford, e continua ampliando sua atuação mundial em prol do direito à educação.

Análise Invexológica de Malala Yousafzai

Percebe-se que pessoas que priorizam posturas mais maduras e assistenciais desde a juventude, abrindo mão dos ganhos a curto prazo e vivendo de acordo com seu propósito de vida, mesmo em contrafluxo à sociedade, tendem a possuir maior liberdade de expressão quando já na adultidade ou na meia-idade pois realizam uma melhor preparação com escolhas mais lúcidas na fase inicial da vida. Podem, assim, vir a exercer atividades favorecedoras da evolução nas diversas esferas humanas.

A inversão existencial (invéxis), a “técnica de planejamento máximo da vida humana, fundamentada na Conscienciologia, aplicada desde a juventude, objetivando o cumprimento da programação existencial, o exercício precoce da assistência e a evolução” (NONATO et al., 2011, p. 22).

Primeiramente, a opção pela aplicação da invéxis possui base nas escolhas firmadas com autocrítica, inicialmente extrafísica no período intermissivo (antes de nascer) e posteriormente intrafísica, denotando ideias precoces acima da média. Exigindo dessa forma, autoabnegação cosmoética desde a juventude em prol da liberdade máxima para execução de seu mandato intermissivo e realização de assistência atacadista.

Como resultado, a invéxis proporciona profilaxia libertária por meio de suas evitações, resguardando a jovem conscin de diversas irracionalidades sociais ainda onipresentes. Por isso, na técnica da invéxis, evitam-se:

  • Coleiras do ego em prol do universalismo antissectário;
  • Casamento tradicional em prol da técnica da dupla evolutiva;
  • Gestações somáticas em prol das gestações conscienciais libertárias;
  • Antilucidez da drogadição em prol da erudição autodidata;
  • Acidentes críticos de percursos e posturas contra o próprio corpo físico em prol da profilaxia nas condutas.
  • Assédios extrafísicos cronicificados em prol da amparabilidade inversiva.

Em suma, antecipa-se a eliminação da influência das imaturidades do porão consciencial em prol do autodiscernimento maduro.

Sendo assim, com base na abordagem invexológica, pode-se fazer paralelos de similitudes e antagonismos evidentes da vida de Malala com a aplicação da técnica da invéxis.

Se você deseja saber mais sobre a técnica da inversão existencial, assista ao canal da Assinvéxis:

https://www.youtube.com/assinvexis

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3 Semelhanças de Malala Yousafzai com a técnica da invéxis

Pelo cotejo entre biografia de Malala e a proposta da técnica da invéxis, pode-se então estabelecer pelo menos 3 aspectos claramente convergentes:

  1. Assistencialidade. A vivência precoce de assistência a outras consciências, através do exemplo pessoal e com base no esclarecimento de ideias libertárias ao invés da consolação, trata-se de um ponto importante da inversão existencial. Dentro disso, a Malala consolidou uma identidade assistencial em todo o mundo ligada à causa da educação para crianças e jovens vulneráveis, em especial meninas.
  2. Autodidatismo. O estudo desde tenra idade, independente da educação formal, por meio da valorização do conhecimento e da erudição, é um dos fundamentos da invéxis. De maneira idêntica, o valor da oportunidade de estudar e aprender é uma das características mais chamativas da personalidade de Malala.
  3. Contrafluxo. A vivência em direção contrária às patologias da sociedade, buscando manifestar posturas mais maduras e lúcidas desde a juventude, também é uma característica da invéxis. As escolhas de Malala, de fato, indicam que ela conseguiu ir além da pressão social do local em que vivia, mesmo com ameaças terroristas, em prol de seus valores e ideais mais libertários.

3 Diferenças de Malala Yousafzai com a técnica da invéxis

Pelo cotejo entre biografia de Malala e a proposta da técnica da invéxis, pode-se estabelecer pelo menos 3 aspectos claramente divergentes:

  1. Religiosidade. Mesmo com o atendado do Talibã contra a própria vida e a saída da cultura em que nasceu, Malala continua vivendo de acordo com os princípios de sua religião, o Islã. Por outro lado, a vivência da invéxis pressupõe a ausência de coleiras do ego e dogmas fossilizantes à evolução das consciências, como é o caso das religiões, e prioriza a autovivência da multidimensionalidade, através das bioenergias, projetabilidade lúcida e o princípio da descrença.
  2. Acidente. A inversão existencial pressupõe a profilaxia de acidentes de percurso que dividem a vida da pessoa entre antes e depois, inclusive deixando sequelas para o resto da vida. Assim, o atentado à vida de Malala, ocasionando em um tiro na cabeça, marcou sua biografia e trata-se de um acidente de destino crítico, umas das evitações da invéxis.
  3. Maxiplanejamento. A invéxis pressupõe determinadas metas que exigem maior preparação a serem atingidas na fase adulta e na meia-idade, valendo-se portanto de um planejamento de vida de curto, médio e longo prazo. De acordo com entrevista concedida no Brasil, Malala não tem esse aspecto claro para seu futuro de vida e suas metas não envolvem as reciclagens intraconscienciais, tendo mais relação com o ativismo social pela educação do que com a própria renovação consciencial pela autorreducação multidimensional.

Liderança Social x Liderança Multidimensional

Em suma, analisando a biografia de Malala e a técnica da inversão existencial, percebe-se uma diferença entre o paradigma da liderança social e a liderança multidimensional. Apesar de ambas estarem correlacionadas e focarem na assistência, o inversor ou aplicante da invéxis irá priorizar o desenvolvimento de reciclagens íntimas para vivenciar a multidimensionalidade no cotidiano, e assim ter condições para gerar esclarecimentos sobre aspectos mais essenciais da existência, ao modo da sobrevivência da consciência além do corpo físico, o processo de evolução em várias vidas e o desenvolvimento dos atributos parapsíquicos e mentaissomáticos.

Já o ativista social, como é o caso de Malala, irá focar na mudança e melhoria da sociedade em prol de acesso aos direitos humanos básicos, como é o caso da saúde e educação. Ambas atuações são muito importantes para o momento atual do nosso planeta, entretanto, para aqueles que já possuem discernimento sobre a realidade multidimensional e multiexistencial da consciência, compreende-se que apenas a mudança social não é suficiente para uma real mudança consciencial. Pense comigo: mesmo que a sociedade estivesse completamente reformada e com possibilidades iguais de acesso à saúde e educação, as pessoas poderiam permanecer estagnadas, vivendo vidas materialistas e sem desenvolver completamente seus atributos evolutivos, pois trata-se de uma decisão e responsabilidade íntima que exigem o enfrentamento de si mesmo e da própria visão de mundo.

Portanto, a vivência da invéxis pressupõe o foco no esclarecimento quanto à multidimensionalidade e renovação da consciência pela autopesquisa, pela premissa de que as consciências são quem organizam a sociedade, e a partir das reciclagens intraconscienciais da média dos integrantes desta mesma sociedade, naturalmente uma nova forma de organização irá surgir, com base em princípios mais universalistas, cosmoéticos e exemplaristas.

Considerações Finais

Neste artigo abordamos uma breve biografia da ativista Malala Yousafzai, fazendo uma análise de sua vida e as relações com a proposta da inversão existencial. Por fim, verifica-se que Malala não aplica a técnica da invéxis, apesar de ter diversas precocidades e posturas que são convergentes com a inversão existencial.

Destaca-se enquanto síntese da identidade assistencial de Malala a liberdade pelo direito amplo e irrestrito à educação, no contexto de culturas e sociedades em estado de vulnerabilidade social, para o público alvo de jovens e crianças, em especial as meninas. Bem como, o fato dela ter conseguido impactar muitas pessoas e a sociedade como um todo com sua história e ideal já na juventude, além de ter conseguido tirar proveito das dificuldades e obstáculos enfrentados em sua vida.

E você, o que achou da história de Malala Yousafzai? Deixe sua opinião nos comentários.

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Referências para escrita deste artigo

Bibliografia

1. Lamb, Christina; & Yousafzai, Malala; Eu Sou Malala: A História da Garota que Defendeu o Direito à Educação e foi Baleada pelo Talibã; 360 p.; trads. Caroline Chang, Denisse Bottmann, George Schlesinger e Luciano Vieira Machado; 14 x 21 x 1cm; br.; Companhia das Letras; 2013, páginas 11 a 342.

2. Nonato, Alexandre; et al.; Inversão Existencial: Autoconhecimento, Assistência e Evolução desde a Juventude; pref. Waldo Vieira; 304 p.; 70 caps.; 17 e-mails; 62 enus; 16 fotos; 5 microbiografias; 7 tabs.; 17 websites; glos. 155 termos; 376 refs.; 1 apênd.; alf.; 23 x 16 cm; br.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2011; páginas 22 e 44.

Infografia

1. Superdotação; Paquistanesa de 17 Anos se torna a mais Jovem da História a ganhar Prêmio Nobel; Reportagem; 12.10.14; 3 fotos; 1 vídeo; disponível em: <http://superdotacao.com.br/c/23/paquistanesa-de-17-anos-se-torna-a-mais-jovem-da-historia-a-ganhar-premio-nobel>; acesso em: 28.12.14.

Filmografia

1. Malala. Título Original: He Named Me Malala. País: Emirados Árabes; & EUA. Data: 2015. Duração: 88 min. Gênero: Biografia; & Documentário. Idioma: Inglês; & Português. Cor: Colorido. Legendado: Inglês; Espanhol; & Português (em DVD). Direção: Davis Guggenheim. Elenco: Malala Yousafzai; Ziauddin Yousafzai; Toor Pekai Yousafzai; Khushal Yousafzai; & Atal Yousafzai. Produção: David Diliberto; Shannon Dill; Michael Garin; Davis Guggenheim; Laurie MacDonald; Mohamed Al Mubarak; Walter F. Parkes; Shiza Shahid; & Jeff Skoll. Desenho de Produção: Alex Fuller. Direção de Arte: Lori West. Roteiro: Malala Yousafzai, inspirado no livro Eu Sou Malala. Fotografia: Erich Roland. Música: Thomas Newman. Figurino: Yasmine Abraham. Edição: Greg Finton; Brad Fuller; & Brian Johnson. Efeitos Especiais: Allan Duso. Estúdios: 20th Century Fox Studios. Companhia: Fox Searchlight Pictures; Imagenation Abu Dhabi FZ; Participant Media; National Geographic Channel; Parkes+MacDonald Image Nation; & Little Room. Sinopse: Uma criança, uma professora, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. A história real da jovem adolescente Malala Yousafzai, sobrevivente após receber um tiro na cabeça derivado de atentado terrorista talibã contra sua pessoa por defender o direito à educação de meninas, tornando-se a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel pela sua defesa a causas libertárias.