Você sabe o que é a vigorexia e quais são os principais efeitos colaterais e como evitá-la? Neste artigo explicaremos como a vigorexia pode ser prejudicial ao jovem e como preveni-la.

Vigorexia

A vigorexia ou dismorfia muscular é um transtorno dismórfico corporal, predominante no sexo masculino, que leva a distorção da percepção corporal (autoimagem), na qual o indivíduo enxerga o corpo como muito pequeno, magro e franzino, quando, na verdade, apresenta uma aparência corporal normal ou até mesmo musculosa.

A distorção da autoimagem leva os portadores de vigorexia a almejarem modificações na composição corporal que nunca são alcançadas. Há uma busca pela perfeição que é influenciada pelos padrões de beleza da sociedade contemporânea.

Os meios de comunicação associam a imagem corporal ao conceito de poder, saúde e influência social, exibindo jovens com corpos cada vez mais musculosos, simétricos e aparentemente sem defeitos. Isso ainda é potencializado pelas possibilidades de edição das imagens em meio digital.

Na vigorexia há uma insatisfação permanente com o próprio corpo, com a massa e força muscular, com a simetria e forma dos músculos. O indivíduo modifica o comportamento das rotinas alimentares e de exercícios, que passam a ser excessivamente rígidas e com caráter obsessivo. O objetivo fixo de moldar a aparência da musculatura compromete a interação social, e o indivíduo passa a ficar cada vez mais isolado.

O desejo de mudar a aparência do corpo nunca é alcançado, o indivíduo sempre enxerga algum defeito, isso normalmente leva a um quadro de ansiedade e insatisfação permanente que podem evoluir para depressão.

A vigorexia é mais comum de acontecer em homens do que em mulheres.
Fonte: Freepik

Os indivíduos com vigorexia passam muitas horas na academia realizando exercício de sobrecarga de peso (musculação), aumentam a carga de modo excessivo, fazem uso de anabolizantes e estimulantes para amplificar o ganho de massa muscular e a tolerância à jornada exaustiva de exercício. As lesões musculares e articulares são frequentes, e mesmo nesses momentos, o vigorético insiste em manter a rotina de exercícios.

Efeitos colaterais

A evolução do transtorno é acompanhada de danos à saúde, boa parte deles irreversíveis e potencialmente fatais. Os anabolizantes provocam disfunção em vários órgãos e sistemas:

No sistema cardiovascular

Provoca o aumento dos lípides sanguíneo, aceleram a aterosclerose, provocam a hipertensão arterial sistêmica, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, tromboses e até mesmo a morte súbita;

Na pele

Começam a aparecer acne e estrias;

No sistema músculo-esquelético

Há o fechamento prematuro das epífises ósseas em adolescentes, lesões musculotendíneas;

No sistema endócrino e reprodutor

Provocam ginecomastia, redução do libido, impotência sexual, atrofia testicular, infertilidade (azoospermia e anovulação), priapismo (ereção dolorosa e persistente), masculinização de mulheres (voz grave);

No fígado

Provocam lesão das células (hepatócitos), esteatose hepática, insuficiência hepática aguda e tumores (câncer).  

Os efeitos colaterais acima descritos são normalmente conhecidos pelas pessoas com vigorexia, mesmo assim, em função do transtorno, o risco é racionalmente minimizado e a pessoa segue utilizando os anabolizantes.

A vigorexia é um transtorno de comportamento no qual os primeiros sintomas passam desapercebidos por familiares ou mesmo profissionais de saúde ligados ao exercício (educadores físicos, fisioterapeutas e médicos).

O quadro inicial de interesse intenso por exercícios pode ser interpretado apenas como objetivo de melhorar a saúde e a aparência corporal, o que o contribui para o agravamento dos danos corporais.

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O diagnóstico precoce minimiza os danos ao corpo, para isso é preciso difundir informações e treinar mais os profissionais da saúde em relação aos critérios diagnósticos desta doença.

O tratamento do transtorno requer uma abordagem multiprofissional, envolve o médico, psicoterapeuta e educador físico. É preciso ajudar a pessoa a perceber as irracionalidades do seu comportamento, abandonar o hábito do uso de anabolizantes, e principalmente restaurar a autoestima, um dos gatilhos do distúrbio de autoimagem e autoconfiança.

É importante o acompanhamento do educador físico para re-educar os hábitos de exercício, na vigorexia há perda da criticidade em relação aos limites do benefício do exercício à saúde.

Em casos de quadro mais avançado o uso de medicamentos antidepressivos pode contribuir para o controle da ansiedade, depressão e dos sintomas obsessivo-compulsivo.

Prevenção da vigorexia

A prevenção da vigorexia deve começar desde cedo, ainda na adolescência.
Fonte: Freepik

A prevenção do transtorno deve começar na adolescência diante das primeiras manifestações do distúrbio da auto-estima. A adolescência é um período de transição para a adultidade, e até certo ponto, é natural a insatisfação com a auto-imagem corporal. Entretanto, o prolongamento excessivo dessa insatisfação pode servir de gatilho para a vigorexia.

O estudo e leitura contribuem para o adolescente aumentar o conhecimento sobre a vida e as interrelações sociais, e a ampliar criticidade, reduzindo a influência da mídia no seu comportamento e nas escolhas pessoais.

A identificação de potencialidades e singularidades individuais contribuem para melhorar a auto-imagem, ajudando o adolescente a desenvolver a autoconfiança. O autoconhecimento ajuda a pessoa a fortalecer a individualidade, reduzindo a influência da mídia e da sociedade nos desejos e projetos da pessoa.

Técnicas para prevenção da vigorexia

Existem muitas técnicas indicadas para auxiliar o desenvolvimento pessoal e o autoconhecimento.

A técnica de vida da inversão existencial – invéxis é indicada para o adolescente interessado em aumentar a clareza de suas decisões, que deseja acelerar o amadurecimento pessoal e que identifica existir um sentido para a sua própria existência.

A aplicação da invéxis evita o desenvolvimento da vigorexia, para mais informações clique aqui.