Você já parou para analisar as tatuagens além do senso comum? Saiba como o paradigma consciencial avalia a tatuagem.

Tatuagem

A tatuagem é definida como mancha cutânea, permanente e indelével, deliberada ou acidental. Também arte de gravar na pele, por meio de pigmentos coloridos, ícones que simbolizam forças da natureza, doutrinas etc. É qualquer vestígio visível e relativamente duradouro: sinal, marca, cicatriz, estigma.

Aspectos históricos das tatuagens

Antes de entrar no conteúdo relativo à conscienciologia, é importante compreender alguns aspectos históricos e característicos das tatoos.

A tatuagem teve origem de maneira independente e em locais diferentes da Terra, sendo inventadas várias vezes, em diferentes momentos, com maior ou menor variação de propósitos, técnicas e resultados. Dependendo da época, transmitia poder, cultura e realeza, ou então, caracterizava marginalidade (RODRIGUES, 2006).

Tatuagem

Tatuagens na Idade Média

Devido à origem múltipla, a tatuagem foi recorrente em muitos povos e épocas. Na Idade Média, a tatuagem foi banida da Europa, com o argumento de que era “coisa do demônio”. Essas pessoas eram perseguidas, aprisionadas e mortas em fogueiras pela Inquisição.

Tatuagens na Idade Moderna

A partir da Idade Moderna, observa-se uma disseminação da tatuagem para segmentos diversos da sociedade. Introduzida no Ocidente com as expedições que colocaram os europeus em contato com as culturas do Pacífico. Nessa época, não existiam tatuadores profissionais, mas alguns amadores já estariam a bordo dos navios e em grandes portos, já na segunda metade do século XIX, as tatuagens tornaram-se moda entre a realeza européia.

Tatuagens na Inglaterra e Idade Contemporânea

No final do século XIX, a febre da tatuagem espalhou-se pela Inglaterra graças à prática dos marinheiros ingleses. Na Idade Contemporânea, ao descobrirem que tatuar era contrário aos princípios da lei judaica, os nazistas passaram a gravar na pele dos prisioneiros os números que os identificava na prisão (RODRIGUES, 2006).

Tatuagem na atualidade

Cada vez mais a tatuagem perde o estigma marginal que costumava caracterizá-la, e está nos corpos de pessoas de várias idades e classes sociais.

Hoje são usadas na estética para recomposição de sobrancelhas, delineamento dos olhos e lábios, cobertura de manchas e cicatrizes. Lentamente, passa a ser reconhecida como arte devido às iniciativas dos tattoo clubs que promovem exposições, competições entre os melhores trabalhos e realizam convenções para a atualização e modernização dos métodos de aplicação e de assepsia.

Comercialização das tatuagens

Ao longo do tempo, a tatuagem foi ficando mais  comercial, tornando-se popular. A partir das décadas de 50 e 60, houve disseminação para novas camadas da sociedade. Entretanto, durante muito tempo, a tatuagem esteve associada a classes sócio-econômicas mais baixas, aos militares, aos marinheiros, às prostitutas e aos criminosos.

A mídia soube explorar bem o público e a lucratividade do negócio. É possível associar as tatuagens a celebridades. Também são comuns alguns chicletes do público infantil terem como brinde uma tatuagem do tipo decalque. Devido à divulgação e descriminalização da tatuagem, verifica-se o boom no seu uso, principalmente entre os jovens e adultos com idade entre 18 e 30 anos, das classes A e B (RODRIGUES, 2006), em outras palavras é símbolo de status entre jovens imaturos (VIEIRA, 1994, p.468). 

Motivação para as tatuagens

Os psicoterapeutas acreditam que os adolescentes se tatuam para unir a necessidade interna a uma forma externa e simbólica de lidar com essa sensação de pertencer a alguma coisa (RODRIGUES, 2006).

São muitos os motivos que levam a decisão de colocar uma tatuagem permanente: beleza, homenagem a alguém, pertencimento a um grupo etc. A tatuagem segue diversos estilos e vai desde a florzinha, aos tribais e ao extremo da bodymodification (modificação corporal).

Riscos das tatuagens

A mídia populariza o uso da tatuagem mas não divulga os riscos ao fazê-las: contaminação por doenças como AIDS, hepatite, alergias, outras infecções, abscessos e quelóides. Para aprofundar a relação com a saúde, numa tatuagem normal, a pele leva três mil picadas por minuto a uma profundidade de dois milímetros. O cérebro produz endorfina após 15 minutos da tatuagem (vício?).

Os tatuadores freqüentemente apresentam tendinites e doenças vasculares na perna devido a posição prolongada para executar o trabalho (RODRIGUES, 2006). É consenso entre dermatologistas que a tatuagem é uma agressão ao corpo humano. Ao passar dos anos a tendência é que a tatuagem fique borrada e a proteção ao sol deve ser permanente.

Tatuagem na juventude

As leis exigem a maioridade para aqueles que desejam se tatuar. Uma das causas para a proibição para menores é o risco de arrependimento futuro. As estatísticas mostram que, em média, 5 anos depois de ter feito uma tatuagem, a pessoa se arrepende e quer removê-la (PELE, 2008). Os motivos são variados. As pessoas enjoam do desenho ou terminam um romance e querem retirar o nome do antigo parceiro, ou ainda passam a ter idéias diferentes daquelas que originaram a tatuagem.

O certo é que a maioria das pessoas se arrepende e quer remover o desenho (PELE, 2008). Apesar do avanço da tecnologia, a retirada da tatuagem ainda é um processo difícil, doloroso e caro. Além disso, o risco de cicatrizes, manchas e da não-retirada de alguns pigmentos é alto. A retirada das tatuagens ainda representa a troca de uma lesão por outra.

Mesmo com todas as contra-indicações, a discriminação, as estatísticas de arrependimento e dificuldades de retirada, muitas pessoas se dispõem a sacrificar suas peles para gravar figuras que cativam, polemizam e embelezam os seus corpos.

Compreendendo o paradigma consciencial

Para uma definição aprofundada no paradigma consciencial, deve-se considerar pelo menos os dez itens a seguir:

1) Holossomática

A consciência, o self, está além do corpo humano, possuindo outros quatro veículos de manifestação.


2) Muldimensionalidade

De acordo com o veículo de manifestação, a consciência pode se manifestar em diferentes dimensões.


3) Multiexistencialidade

A consciência passa por sucessivos ciclos alternando a vida humana com um período extrafísico.


4) Bioenergias

No universo só existe consciência e energia, e a consciência tem a possibilidade de manipular as bioenergias.


5) Parassociologia

Existência de comunidades extrafísicas que interagem com a realidade intrafísica ou vida humana.


6) Evoluciologia

O estudo da evolução das formas de vida, desde as formas primitivas até o serenão, personalidade que já se encontra no final das vidas humanas. Para maior compreensão lei sobre a escala evolutiva das consciências.


7) Assistenciologia

A evolução baseia-se principalmente na interassistência.


8) Cosmoética

As ações baseadas num código de conduta pessoal além da ética humana em que impera o lema “Que ocorra o melhor para todos”.


9) Proéxis

Programação existencial elaborada no período pré-ressoma, visando o êxito evolutivo e compreende a superação de traços imaturos, reconciliações e aprendizados práticos da interdependência (evoluímos em conjunto).


10) Invéxis ou inversão existencial

Técnica para o planejamento máximo da vida humana pautada em valores assistenciais, não-dogmáticos e cosmoéticos para o cumprimento da proéxis.

Paradigma consciencial e tatuagem

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Pela conscienciologia, sabe-se que a manifestação humana é realizada através de pensenes (pensamentos, sentimentos e energias), ou seja, ao tatuar-se a pessoa está manifestando multidimensionalmente um posicionamento pessoal relativo aquele momento.

Sabe-se que cada posicionamento faz rapport, cria afinidades energéticas, portanto, quando a pessoa tatua-se, afiniza-se com um tipo definido de energia.  Como a marca dificilmente será apagada, os desenhos evocarão constantemente uma época remota. Enquanto a evolução é um movimento de mudança contínua, a tatoo representa a imobilidade da consciência presa a épocas, idéias, consciências e energias que já passaram.

Tatuagem e Invéxis

Segundo Almeida (2005, p.177), invéxis é evitação de maneira cosmoética do maior número possível de aprisionamentos existenciais, visando à execução plena da proéxis através da liberdade de expressão consciencial maior. A tatuagem pode se caracterizar como evitação da invéxis dependendo do alcance das interprisões grupocármicas e das seqüelas holossomáticas estabelecidas na conscin.

Vale a pena os jovens refletirem a real motivação de fazer a tatuagem uma vez que a proéxis está muito além de um simples desenho gravado na pele. Enquanto muitos jovens preocupam-se em valorizar seus corpos, o inversor foca seus esforços na valorização da sua intelectualidade, na expressão máxima dos valores cosmoéticos e assistenciais. A tatuagem torna-se algo meramente egocármico e infantil em proporção à necessidade assistencial que existe na Terra. Além disso, aprofundando na visão conscienciológica, ficam claras as conseqüências negativas dos grifos/desenhos registrados na pele.

Numa abordagem conscienciológica, sob a ótica do paradigma consciencial, a tatuagem pode ser definida, como um estigma somático, egocármico e grupocármico, que sinaliza os traços pessoais imaturos do porão consciencial (expressão acentuada da instintividade durante a infância e adolescência) e subjugalidade às consciexes (consciências extrafísicas) menos evoluídas do grupocarma.

A partir desta premissa, também se pode afirmar que a tatuagem representa a ação anti-proéxis (contrária a programação existencial) da conscin e propensão a interprisões grupocármicas mais sérias e acidentes parapsíquicos e, diante disso, a perda da possibilidade de aplicação da técnica da invéxis (inversão existencial).

Concluindo, a tatuagem possui registros de 5.200 anos passados, mostrando relação com aspectos primitivos humanos. A juventude se tatua devido a motivações passageiras, exacerbação do porão consciencial e por carências diversas. É marca ou estigma multidimensional indelével constituindo uma conduta antiproéxis e anti-invéxis.

Desta maneira, propõe-se o aprofundamento dos seguintes questionamentos: Por que a tatuagem ainda é um hábito tão comum na sociedade? Já é possível a eliminação do hábito de tatuar-se? A tatuagem é um entrave à evolução consciencial?

Temas da Conscienciologia relacionados a tatuagem:

Alguns temas conscienciológicos que se relacionam com as tatoos: autoestigma, estigma grupocármico, estigma assediador; condição antissomática, antifisiologia, subjugalidade, autografia cutânea, comunicação indireta, megafrustação humana, acobertamento. A relação entre tatuagem e os temas descritos pode ser aprofundada com a leitura dos verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia.

Referências

1. ALMEIDA, Julio. Qualificações da Consciência. Foz do Iguaçu, PR: EDITARES. 2005.
2. HOUAISS, Antonio & VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva. 2001.
3. PELE, a dermatologia na internet. Novo laser elimina tatuagem completamente Maioria se arrepende após 5 anos e quer retirar tatuagem. Disponível em: http://www.apele.com.br/tratamentos/read.asp?104. Acesso em: 10.02.2008.
4. RODRIGUES, Apoenan. Tatuagem: dor, prazer, moda e muita vaidade.  São Paulo, SP: Editora Terceiro Nome. 2006.
5. VIEIRA, Waldo. Enciclopédia da Conscienciologia – 720 verbetes. Foz do Iguaçu, PR: EDITARES. 2007.
6. VIEIRA, Waldo. 700 Experimentos da Conscienciologia.  Rio de Janeiro, RJ: IIPC. 1994. 

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