Você sabe o que é indústria cultural? Você já refletiu sobre o funcionamento dos meios de manipulação em massa? Os efeitos são apenas na vida material ou são multidimensionais?

Neste artigo vamos discutir essas reflexões e outros aspectos relacionados à indústria cultural, sob a ótica da Conscienciologia e das múltiplas dimensões. Entenda o que são esses conceitos e seus impactos na evolução consciencial.

manipulação consciencial
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Indústria Cultural: o que é?

Indústria cultural é o sistema de produção em massa de “bens culturais”, transformando manifestações espontâneas da cultura popular em produtos ou mercadorias que visam a lucratividade e o controle dos consumidores.

Este conceito foi proposto por Theodor W. Adorno e Max Horkheimer em 1947, no livro Dialética do Esclarecimento. Segundo os autores, o sistema da indústria cultural, composto basicamente pelo cinema, rádio e revistas, surgiu na virada do século XIX para o XX. Mesmo sendo criada há quase 1 século, essa ideia continua extremamente atual e estende-se a outros setores além do entretenimento, a citar indústrias como a da moda, do casamento, dos telejornais e do álcool.

Por exemplo: você já parou para refletir sobre a produção de entretenimento da plataforma Netflix e outros serviços atuais de streaming? Quando você consome um conteúdo, o que predomina: uma experiência agregando algo de qualidade ao seu momento de lazer ou a plataforma consumindo seu tempo com um roteiro previsível de fórmula pronta?

Isso ocorre porque a finalidade é apenas produzir em larga escala e vender a mercadoria, sem tempo a perder com reflexão em um roteiro mais elaborado (ver Simmer, Guilherme; Netflix: plataforma planeja gravar 150 produções até o fim do ano; Metrópoles; 21.10.2020).

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Visando cobrir as carências imediatas do público, os produtos da indústria cultural acabam atrofiando a espontaneidade e a imaginação do consumidor. Isso padroniza o mercado facilitando a massificação das mercadorias, mecanismo típico da produção industrial. Na época da proposição, um dos motivos do conceito ter gerado tanta repercussão é o fato de que indústria e cultura eram esferas tratadas separadamente desde o Iluminismo.

Tal processo alienante vai na contramão da proposta da inversão existencial, que parte da reflexão crítica sobre si e sobre o mundo ao seu redor para buscar a dedicação pessoal a objetivos conscienciais, evolutivos. Para isso, é importante estudarmos e compreendermos como funcionam os mecanismos de manipulação presentes na sociedade e posicionar-se criticamente quanto às prioridades pessoais.

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Múltiplas dimensões: o que são?

Os efeitos da indústria cultural vão muito além das consequências intrafísicas, já amplamente estudadas pelas ciências sociais. Pelo paradigma consciencial, a realidade é multidimensional, ou seja, não se limita apenas à dimensão física, material, na qual estamos agora. Existem múltiplas dimensões de manifestação das consciências, que variam conforme sua densidade energética e nível evolutivo dos habitantes.

A multidimensionalidade pode ser percebida por meio dos fenômenos parapsíquicos, também conhecidos como parafenômenos ou fenômenos paranormais. O parapsiquismo, a capacidade de perceber além dos 5 sentidos humanos, é um atributo que pode ser desenvolvido por meio de técnicas, sem misticismos ou dogmatismos. Um dos parafenômenos mais importantes para autocomprovação das múltiplas dimensões é a projeção consciente: a experiência fora do corpo humano.

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Estar lúcido quanto às múltiplas dimensões, principalmente desde a juventude, amplia o senso crítico e o discernimento. Além de tornar-se consciente das influências externas da sociedade intrafísica, vale investir na identificação das influências extrafísicas que recebemos, por meio do parapsiquismo técnico e equilibrado. Você já refletiu sobre as causas e efeitos multidimensionais de suas escolhas?

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Indústria Cultural e seus possíveis efeitos multidimensionais

Além dos efeitos como ampliação do consumismo, manipulação em massa e exaltação do egocentrismo, que outras influências a indústria cultural podem exercer sobre a consciência? Confira a seguir algumas hipóteses de efeitos gerados e/ou intensificados pela indústria cultural, analisados sob a ótica da multidimensionalidade.

Evocação inconsciente de símbolos culturais

Elementos que fazem parte de determinada cultura popular são carregados com o holopensene (conjunto de pensamentos, sentimentos e energias) da comunidade para a qual o símbolo tem algum significado. Esse valor pode ser religioso, artístico, hierárquico, histórico e remete a um contexto particular.

No processo de “objetificação” próprio da indústria cultural, tais símbolos tem seu significado esvaziado, sendo vendido para pessoas alheias ao contexto de origem daquele elemento. Assim, podem ocorrer evocações inconscientes de energias e até mesmo consciexes (consciências extrafísicas, popularmente conhecidas como espíritos) que têm relação com aquele símbolo.

Exemplo frequente dessa situação ocorre na indústria da moda, com o uso de estampas oriundas de símbolos culturais e religiosos, sendo que os consumidores sequer imaginam as conexões multidimensionais por trás do “desenho legal” que estão usando. (ver Folha de S. Paulo; Líder hindu pede que grife brasileira retire imagem de Lord Ganesha de shorts; 23.11.2020)

Robotização existencial (robéxis)

A robotização existencial, também conhecida como robéxis, é a condição de viver escravizada à dimensão intrafísica, humana, material, sem atentar para a autoconscientização multidimensional. É consequência de viver no “modo automático” quanto à forma de pensar, sentir e agir no dia-a-dia, apenas repetindo padrões ditados pela sociedade.

Alienação quanto ao propósito de vida, ansiedade, desânimo, sentir que a vida está passando inutilmente, síndrome da pressa e tédio são alguns sintomas da robotização existencial.

A robéxis pode ser efeito da escravidão à indústria cultural, a exemplo da pessoa adepta ao consumismo que trabalha mais e mais visando consumir novos produtos, porém jamais sente-se satisfeita. Cria-se um ciclo vicioso totalmente voltado à vida material, abafando reflexões sobre o sentido de existir e aprofundando o egoísmo, fechando-se no próprio umbigão sem perceber e ajudar as pessoas ao seu redor.

fluxo da vida comum
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Melancolia intrafísica (melin)

A melancolia intrafísica, chamada de melin, é um sentimento de infelicidade, tristeza e abatimento perante a vida, sem causa objetiva. Geralmente é causada pela percepção, consciente ou não, de que os resultados da sua atual existência intrafísica têm sido insatisfatórios do ponto de vista evolutivo.

Muitas pessoas buscam abafar essa sensação de incompletismo e fracasso por meio de compras, entretenimento e outras fontes de prazer imediato, podendo desenvolver quadros graves de compulsão por consumo e depressão (ver Ingrid, Gabriela; “Compro para aliviar tristeza”: quando o consumo se torna transtorno mental; VivaBem, Uol; 03.04.2020)

Desse modo, a intensa produção da indústria cultural torna-se fonte constante de alienação para milhões de conscins acometidas pela melin. São os consumidores perfeitos para alimentarem a indústria do consumo irrefletido, distanciando-se da realidade multidimensional e das razões evolutivas da vida humana.

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Como ficar menos suscetível à Indústria Cultural?

O primeiro aspecto essencial para tornar-se menos influenciável é a autocrítica, ou seja, a capacidade ou habilidade de avaliar criticamente as próprias ações, comportamentos, pensamentos e intenções. O autoquestionamento constante é o primeiro passo para evitar as autocorrupções que desviam a conscin do seu propósito existencial.

Algumas autorreflexões que auxiliam no desenvolvimento da autocrítica e da autocoerência, diminuindo a sujeição ao status quo:

● O que eu quero para a minha vida? Essa reflexão é a base para você seguir de fato seus próprios objetivos, valores e princípios, e não apenas repetir o fluxo social.
● Quais são os meus talentos e como aplicá-los em prol da humanidade? Estar consciente quanto aos seus traços-força, suas qualidades e singularidades, aplicando-as assistencialmente, faz a profilaxia de alienar-se quanto a quem você e viver em prol do hedonismo.
● Quais são as minhas fissuras e carências? Saber quais são seus traços-fardo, defeitos e vícios de comportamento, mapeando que aspectos te tornam suscetíveis à manipulação auxilia a tomar decisões com mais lucidez.

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Além da autocrítica, o desenvolvimento do senso crítico a partir da intelectualidade também é um dos pilares para ter visão mais realista sobre a vida e a sociedade. A ignorância é a engrenagem fundamental que move os mecanismos de manipulação de massa.

Desse modo, investir em leitura e debates amplia a capacidade de pensamento crítico, direcionando as próprias opiniões e escolhas pela racionalidade, não mais pelos ditames sociais, instintos e emocionalismo. Assim, desenvolve-se a fundamentação dos próprios posicionamentos a fim de diminuir dependências intelectuais e afetivas.

O terceiro aspecto libertário quanto à indústria cultural e outras coleiras do ego é a autoconscientização multidimensional. O hábito de pensar multidimensionalmente, através da vivência direta das múltiplas dimensões por meio do parapsiquismo, é a maior vacina contra alienar-se pela ilusão da vida material.

A lucidez quanto à multidimensionalidade e o domínio das energias, sem dogmatismos, misticismos ou melindres, é a chave para a dinamização evolutiva começando a perceber a realidade como ela realmente é. Quem abre mão dos próprios princípios conscienciais, reduzindo-se a robô humano ou escravo dos prazeres efêmeros, tende a repetir os mesmos erros por diversas vidas humanas, alheio à sua real essência multidimensional.

Nesse sentido, a técnica da inversão existencial é excelente opção para quem busca a autonomia multidimensional, aplicando o parapsiquimo em prol da realização do propósito de vida assistencial, trazendo uma contribuição positiva para a humanidade.

Você planejou sua vida antes de nascer? Se essa possibilidade faz sentido e você sente intimamente que tem algo a realizar, busque viver pautado por princípios evolutivos íntimos, sem escravizar-se aos idiotismos culturais tão estimados sociedade.

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Referências:

Adorno, Theodor W.; Horkheimer, Max; Dialética do Esclarecimento; Zahar, 1985.

Nonato, Alexandre et al; Inversão Existencial: Autoconhecimento, Assistência e Evolução desde a Juventude; Editares, 2011.

Vasconcellos; Willian Silva de. Possibilidades de um cinema emancipatório em Notas sobre o filme de Theodor W. Adorno. Disponível no link

Vieira, Waldo; 700 Experimentos da Conscienciologia; Editares, 2007. Disponível no link

Vieira, Waldo; Homo sapiens pacificus; Editares, 2013. Disponível no link