A pesquisa sobre a consciência humana vem sendo objeto de investigação há vários séculos. A capacidade de pensar, ter emoções, a consciência da própria existência, a origem das ideias e dos sentimentos são questionamentos que orientam as investigações dessa temática. A consciência se restringe às funções neurobiológicas ou existe um “eu” interior que continua existindo após o encerramento das conexões neuronais com a morte do corpo humano?

A abordagem de investigação da consciência pode ser feita apenas sob a perspectiva biológica, neuronal, cerebral, ou considerando a existência de algo que transcenda o próprio cérebro, a alma ou a mente humana, que comandaria o cérebro e seria responsável pela consciência humana. 

A neurociência e a neurobiologia se concentram em estudar e mapear as conexões neuronais na tentativa de responder sobre a origem da consciência. Por esta perspectiva, a consciência seria o resultado das bilhões de conexões neuronais do cérebro. Uma das estratégias utilizadas para as investigações é a avaliação de pacientes que sofreram lesões em áreas cerebrais. Outra é através de estudos de imageamento cerebral durante a execução de tarefas motoras e cognitivas.

Por essa perspectiva, os sentidos humanos, tato, olfato, gustação, visão, audição, sensações cinestésicas levam informações ao cérebro, e o processamento dessas informações em conexão com a memória geram a consciência sobre o universo exterior e as nossas sensações internas, enquanto a suposta existência da consciência independente da neurofisiologia cerebral não é pesquisada.

Entretanto, existem algumas situações extremas da biologia, em que as funções neuronais estão paralisadas ou muito reduzidas, e que mesmo assim, pode ser observado o funcionamento normal da consciência, com preservação da capacidade de associação de ideias, memória e emoções. Nestas situações, as explicações da neurociência e neurobiologia para a existência da consciência ainda são limitadas.

Pessoas sobreviventes de acidentes graves, afogamento, cirurgias, situações limites em que ocorre a parada cardíaca, com consequente redução ou mesmo paralisia temporária das conexões neuronais, relatam experiências compatíveis com a existência da consciência de modo independente do cérebro humano.

Nessas experiências de quase morte, alguns pacientes relatam que observaram a equipe médica trabalhar, ouvem diálogos da equipe durante os procedimentos de ressuscitação e, até mesmo, relatam ter presenciado fatos a quilômetros de distância do corpo, que ocorreram enquanto o seu corpo era ressuscitado, e que são confirmados posteriormente.

 A Conscienciologia é uma ciência que estuda a consciência, também chamada de ego, self, individualidade, essência, espírito, alma, o princípio inteligente de cada pessoa sob um enfoque técnico e objetivo, considerando parâmetros que vão além das conexões neuronais da abordagem da neurociência e da neurobiologia.

A Conscienciologia é uma ciência que se propõe a estudar e responder perguntas e reflexões que a abordagem científica tradicional não aborda em suas pesquisas em função da limitação do paradigma científico Newtoniano-Cartesiano.

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Mas o que é paradigma?

A palavra tem origem no século XVIII, derivada do grego parádeigma, significa o modelo, o padrão utilizado para análise de algo.

Entre as premissas do paradigma científico clássico, podemos destacar:

  1. Verificabilidade. As hipóteses de pesquisa precisam gerar um procedimento empírico, experimental, com o qual se possa analisar os dados e comprovar ou refutar a hipótese.
  2. Replicabilidade. Os resultados das pesquisas precisam ser replicáveis por pesquisadores diferentes.
  3. Fragmentação. O objeto de pesquisa deve ser analisado de modo fragmentado, em partes pequenas.
  4. Controle. O pesquisador deve procurar isolar todas as variáveis intervenientes em seu objeto de pesquisa, criar modelos experimentais para cada hipótese de pesquisa.
  5. Pesquisa não-participativa. O pesquisador estuda o seu objeto de pesquisa de fora, a pesquisa é não-participativa.
  6. Sistematização. Os conhecimentos obtidos de modo segmentado, em partes, precisam ser sistematizados.

As pesquisas na Conscienciologia estão estruturadas no Paradigma Consciencial, que constitui o modelo, o conjunto dos princípios que permitem a avaliação da consciência de modo técnico e objetivo.

O Paradigma Consciencial utiliza das premissas do paradigma clássico, porém com alguns ajustes e adaptações em função da sua proposta de estudar um objeto não-material, não-físico, portanto, não-mensurável por instrumentos ou aparelhos eletrônicos. Ademais, faz-se necessário acrescentar outros parâmetros e princípios que permitam estudar de modo mais amplo o seu objeto de pesquisa. Eis a seguir os princípios deste paradigma:

  1. Autopesquisa: a pesquisa na Conscienciologia é participativa, as experiências da consciência são importantes para a autocomprovação dos fenômenos parapsíquicos vivenciados. Toda pesquisa em Conscienciologia é de algum modo participativa. A pessoa é, ao mesmo tempo, o objeto, a cobaia, e o pesquisador – LABCON, laboratório consciencial.
  2. Holossomática: tem como hipótese básica que cada pessoa, além do corpo humano, possui outros corpos ou veículos de manifestação não-físicos, mais sutis, não-detectáveis pelos instrumentos tecnológicos, ou mesmo pela visão humana, porém perceptíveis através da vivência de fenômenos parapsíquicos. Os veículos estudados pela Conscienciologia além do corpo físico são: psicossoma, energossoma e mentalsoma. Este parâmetro não existe no paradigma da ciência clássica.
  3. Multidimensionalidade: admite-se a existência de mais de uma dimensão de manifestação, ou seja, além da dimensão física, existiriam outras dimensões de manifestação, não-físicas, porém reais, que são passíveis de comprovação através da vivência de fenômenos parapsíquicos, como a experiência fora do corpo ou projeção da consciência. Este parâmetro não existe no paradigma da ciência clássica.
  4. Multiexistencialidade: admite-se que a consciência continua existindo após a dessoma, e que existe um ciclo de renascimento e dessoma, ou seja, cada pessoa já teve inúmeras existências (vidas) e terá inúmeras outras (vidas futuras), compondo um ciclo multiexistencial, no qual a principal finalidade é o autodesenvolvimento ou a evolução da consciência. Este parâmetro não existe no paradigma da ciência clássica.
  5. Bioenergética: admite-se a existência de energias que envolvem e permeiam toda a manifestação da consciência, dispersas em todos os ambientes, imperceptíveis aos olhos ou aparelhos físicos humanos, mas que se tornam perceptíveis a partir da sensibilização do energossoma ou corpo energético. Este veículo faz a interação ou a conexão da consciência e dos veículos não-físicos com a dimensão física ou material. Este parâmetro não existe no paradigma da ciência clássica.
  6. Cosmoética: é a filosofia moral da Conscienciologia, que prima pela interassistencialidade às consciências, o respeito ao conjunto de normas universais e multidimensionais, que vão além dos princípios e regras da moral humana, direcionando suas ações em favor da evolução de todas as consciências. Este parâmetro não existe no paradigma da ciência clássica.
  7. Universalismo: as pesquisas na Conscienciologia estão fundamentadas em uma abordagem universalista, sem sectarismo de qualquer natureza, fanatismos ou dogmas, nem mesmo científicos, procura estudar a consciência de modo mais amplo possível, considerando a multiplicidade de informações produzidas sobre a consciência pelas diversas linhas do conhecimento humano, correlacionando com a origem extrafísica e a manifestação multidimensional da consciência.

Quais as diferenças entre o paradigma clássico com o consciencial?

O fato de o pesquisador estudar a si implica algumas particularidades. A replicabilidade dos experimentos não ocorre de modo exato, porque há variações no conteúdo, em função dos aspectos individuais de cada pesquisador. Entretanto há replicabilidade dos princípios parafisiológicos, dos procedimentos técnicos e dos efeitos da pesquisa na consciência, o que demonstra a universalidade dos fatos estudados. Isto é observado independentemente da época, idade, sexo, etnia e contexto cultural do pesquisador.

A sistematização dos conhecimentos é realizada a partir da análise dos experimentos, e a partir do debate se chega ao consenso entre os pesquisadores. Isto permite formar o conjunto de conhecimentos, teorias, leis e princípios da Conscienciologia.

A fragmentação do objeto e o controle de todas as variáveis do experimento, tal como proposto no paradigma clássico, não é possível de ser realizado no paradigma consciencial. Neste, é possível planejar experimentos temáticos, o pesquisador tem o controle apenas das variáveis intrafísicas intervenientes. Enquanto, as variáveis extrafísicas não são controladas de modo preciso, pois toda pesquisa na Conscienciologia pode ter interações com consciências extrafísicas, e essas interações não são conhecidas previamente ao experimento. Ademais, há elementos subjetivos, internos à consciência, que fogem ao controle do pesquisador.

As diferenças entre os paradigmas são em função da abordagem do objeto de pesquisa: o clássico procura estudar a consciência sob o ponto de vista físico ou intrafísico, considerando apenas os aspectos mensuráveis nesta dimensão, enquanto o consciencial adiciona aspectos extrafísicos, multidimensionais, que interferem na manifestação e na própria existência do objeto de pesquisa, a consciência.

Qual é a utilidade da ciência?

A pergunta que todo pesquisador deve responder a si mesmo sobre seu estudo é: qual a finalidade ou utilidade de minha pesquisa? Toda pesquisa há de ser útil, ter uma finalidade interassistencial. A função primordial da ciência é encontrar respostas às perguntas e dúvidas do homem, e deste modo contribuir para melhoria e à evolução das consciênciais. 

A Conscienciologia encara o desafio de responder às dúvidas e questionamentos clássicos do homem, deixados para o campo da filosofia ou das religiões, de modo objetivo e técnico. A partir do paradigma Consciencial pode-se responder:

Quem é você?

Você é uma consciência individualíssima, um verdadeiro microuniverso diferente de todos os outros, com potencialidades produtivas e evolutivas não avaliáveis.

O que é você?

Você é uma realidade indestrutível e complexíssima que deve ser estudada por você mesmo, antes de tudo.

De onde veio você?

Você veio de uma comunidade extrafísica de consciexes, correspondente ao seu nível evolutivo, onde você estava antes de assumir o seu atual corpo humano, temporário.

O que você faz nesta vida na Terra?

Você busca evoluir através do conhecimento do Universo e domínio de você mesmo e das coisas, empregando os recursos da vida humana ou material.

Para onde vai você?

Você vai voltar à sua procedência extrafísica a fim de atualizar a planilha evolutiva, depois da desativação do corpo.

Como aplicar o paradigma consciencial na prática?

A premissa básica para iniciar as pesquisas em Conscienciologia é a aplicação do princípio da descrença:

Não acredite em nada, nem mesmo nas informações contidas neste texto, EXPERIMENTE, tenha as suas vivências e chegue as suas próprias conclusões.

O pesquisador na Conscienciologia precisa fazer autopesquisa, o primeiro passo nessa direção é a melhoria da autopercepção, auto-observação e autocrítica quanto à própria manifestação consciencial. 

A investigação da consciência a partir da Conscienciologia está estruturada nos princípios do paradigma consciencial: multidimensionalidade, holossomática, multiexistencialidade, bioenergética e cosmoética. 

A manifestação da consciência é multidimensional. As dimensões não-físicas ou extrafísicas têm comunidades compostas de consciências que já passaram pela dessoma (morte), o descarte do soma ou do corpo humano. Tais consciências formam populações extrafísicas neste planeta, em número muito mais elevado do que o total das populações humanas. Há uma interação e intercâmbio constante entre as comunidades extrafísicas e intrafísicas.

Na vida física empregamos o corpo humano. Na vida não-física, quando estamos projetados, ou na intermissão – período entre uma vida humana e outra – atuamos com o corpo emocional (psicossoma) ou o corpo mental (mentalsoma).

A projeção consciente, também denominada de viagem astral, saída fora do corpo, viagem da alma é o principal fenômeno autocomprovatório da existência do ciclo multiexistencial, da multidimensionalidade e da holossomática. 

A Conscienciologia apresenta mais de uma dezena de técnicas projetivas, que se aplicadas com disciplina e determinação, permitem que a pessoa possa vivenciar o fenômeno da projeção consciente.

A interação entre as consciências das dimensões intrafísica e extrafísicas ocorrem a partir das bioenergias. 

Existem basicamente dois tipos de energia: a imanente e a consciencial. A primeira tem como principal característica a impessoalidade ou inexistência de um padrão de informações característico, encontrada na natureza, na água, vento, na terra. 

A segunda tem como principal característica a pessoalidade ou um padrão de informações característico, esta seria a energia imanente que foi utilizada pela consciência, acrescida das emoções, sentimentos e ideias da consciência. A união do pensamento, sentimento e energia forma o PENSENE, unidade básica de manifestação da consciência.

Desta forma, o ponto inicial de todo pesquisar da Conscienciologia é a investigação da pensenidade pessoal, o registro dos padrões de pensamentos, ideias, sentimentos e emoções manifestos no dia a dia. 

Outro elemento fundamental é o domínio das bioenergias. Para isso precisamos conhecer melhor o energossoma ou veículo energético da consciência, também recebe a denominação de holochacra; um invólucro vibratório, energético, luminoso, vaporoso e provisório que coexiste estruturalmente e envolve o corpo humano. Este veículo é composto por milhares de pontos energéticos espalhados ao longo do corpo, a estes pontos denominamos chacras. 

A técnica inicial para todo pesquisador da Conscienciologia aplicar é a mobilização básica das energias (MBE). É o primeiro passo para começar a perceber a manifestação multidimensional da consciência.

A MBE pode ser feita a partir dos procedimentos abaixo:

  1. Escolha um local calmo e tranquilo, o melhor é o seu quarto de dormir, no começo você deve evitar fazer as manobras em locais públicos. Fique sentado ou deitado, procure relaxar o corpo de forma gradual. Cerre as pálpebras. Deixe os braços caírem ao longo do soma. Concentre as suas energias, pela impulsão da vontade, na cabeça, depois procure levar as energias até às mãos e os pés. Se não sabe o que é a bioenergia, não importa. As práticas lhe mostrarão, a breve tempo, a realidade energética. Se nada sentir nas primeiras tentativas, insista mesmo assim. Acabará sentindo, porque a energia consciencial (EC) é da sua parafisiologia inevitável, relativa ao holochacra.
  2. Traga de volta o fluxo da sua EC, por sua vontade decidida, dos pés até à cabeça. Identifique, então, através das suas sensações ou vivências autocríticas, a direção do fluxo da EC de baixo para cima, nitidamente contrário ao fluxo anterior.
  3. Repita estes procedimentos 10 vezes, sentindo e discriminando o fluxo da EC varrendo os órgãos do seu soma. Assim começam os desbloqueios e as compensações das ECs em seus centros energéticos ou chacras básicos.
  4. Aumente, gradualmente, a velocidade ou o ritmo da impulsão do fluxo da EC, por intermédio da força de impulsão da sua vontade decidida. Registre as suas percepções e sensações. Depois reduza a velocidade desse fluxo de subida e descida das energias.
  5. Passe a exteriorizar as suas ECs para o ambiente onde você se encontra, procure manter os seus pensamentos e emoções com a melhor qualidade, não pense mal de você nem de ninguém. Registre mentalmente as suas sensações e percepções.
  6. Por último, procure inverter o fluxo de energias, passe a absorver as energias do ambiente onde você se encontra. 

Ao final faço o registro escrito de todas as suas percepções e sensações. O acúmulo dos experimentos permitirá a você a elaborar um conjunto de sinais que mostraram a você, com o tempo, o efeito das bionergias em você e nos ambientes em que você estiver.

Nem sempre na primeira vez a pessoa sente alguma coisa, mas com a repetição, e persistência, aos poucos começa a perceber o movimento das energias.

Por último, toda pesquisa em Conscienciologia deve seguir os princípios da cosmoética, ética do cosmos que foca na interassistência e busca soluções para a melhoria e evolução de todas as consciências. A cosmoética tem um componente individual e depende do nível evolutivo da consciência, os princípios da cosmoética são válidos independentes do tempo, espaço ou dimensão que se manifeste a consciência.

Você tem interesse em pesquisar a consciência? Então comece com a pesquisa de você mesmo, o objeto de pesquisa mais importante do cosmos. Ao aprofundar o seu autoconhecimento, você compreenderá melhor as relações da consciência com o cosmos e a própria evolução da consciência.

A Conscienciologia propõe diversas técnicas otimizadoras da autoevolução, uma das mais abrangentes é a técnica da inversão existencial, indicada ao jovem interessado em utilizar essa vida humana para acelerar e dinamizar a sua autoevolução. Você pode aprofundar mais sobre essa técnica no artigo “O que é invéxis?” deste site.

Referências bibliográficas:

  1. CUNHA, Antônio Geraldo. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. 2a Ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.
  2. DAMÁSIO, Antônio. O Mistério da Consciência: do corpo e das emoções ao conhecimento de si. São Paulo: Editora Schwarcz, 2000.
  3. LOMMEL, Pim Van. Consciuosness Beyond Life: the science of the near-death experience. Editora Harperone, 2011.
  4. VIEIRA, Waldo. Projeciologia: Panorama das Experiências Fora do Corpo Humano. 4a Ed. Rio de Janeiro: Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia,1999.
  5. VIEIRA, Waldo. 700 Experimentos da Conscienciologia. 3a Ed. Foz do Iguaçu: Associação Internacional Editares, 2013.
  6. VUGMAN, Ney Vermon. Entre a Ciência Convencional e a Neociência Conscienciologia. Iterpardigmas: A Revista de Doutores da Conscienciologia. v.1,n.1, p.5-24, 2013.
  7. https://super.abril.com.br/especiais/o-misterio-do-eu-o-que-e-a-consciencia/. Acessado em 15-10-2021.