No dia 22 de fevereiro de 2024, a Netflix estreou a primeira temporada da série Avatar: o Último Mestre do Ar, baseado em uma animação de mesmo nome. A história de Avatar narra a jornada de Aang, um garoto de 12 anos que possui habilidades de controlar os quatro elementos: ar, terra, água e fogo.
Neste artigo, iremos analisar a história da série Avatar e a relação com o conceito de missão de vida, o qual chamamos de programação existencial (proéxis) na Conscienciologia. Qual seria a missão de vida de Aang, o protagonista da série Avatar?
História da série Avatar
Antes de entrarmos na hipótese de programação existencial de Aang, vamos analisar mais a história da série. Na série, a primeira cena explica resumidamente o funcionamento do Universo de Avatar, introduzindo que esse é um mundo no qual algumas pessoas dominam um elemento da natureza, podendo ser: ar, terra, água e fogo.
Essas pessoas com habilidades especias conseguem utilizar esse domínio para diversas funções, boas ou ruins. Porém existe uma pessoa específica em todo o planeta que consegue dominar os 4 elementos ao mesmo tempo, e essa pessoa é denominada de Avatar. Um dado interessante é que o Avatar é sempre a reencarnação do Avatar anterior, como se fosse uma mesma “consciência” assumindo diversos corpos, vida após vida.
Após essa introdução, presenciamos uma cena rápida na qual um dobrador de terra foge de soldados dobradores de fogo, e esse dobrador de terra acaba descobrindo que os Nômades do Ar serão atacados.
Depois, somos apresentados ao jovem Aang, um garoto mestre da dobra do ar, que vive junto à comunidade dos Nômades do Ar, porém que por um descuido, acaba se congelando por 100 anos enquanto a sua comunidade é massacrada pelo exército de dobradores de fogo.
O jovem Aang acaba sendo despertado 100 anos depois por Katara e Sokka, dois irmãos habitantes da Tribo de Água do Sul. Ao longo da série eles viram bastante amigos de Aang, posteriormente ajudando-o em sua jornada de aprendizado dos outros elementos e na assistência aos atingidos pela guerra iniciada pela Nação do Fogo.
Até o princípio da série, Aang não sabia que era a encarnação do Avatar, porém o seu mestre e amigo Gyatso revela essa informação pouco antes de morrer pelo ataque da Nação do Fogo. De certa forma, Aang possuía uma vida tranquila e despreocupada antes de descobrir que era o Avatar.
Ele não comparecia aos treinos por achá-los muito básicos, viajava para encontrar os seus amigos das diversas nações de outros elementos e passeava com o seu bisão voador Appa.
Quando ele descobre que é o Avatar, o peso dessa responsabilidade começa a pesar nos seus ombros e como primeira reação, tende a rechaçar essa responsabilidade.
Depois que ele desperta 100 anos depois, descobre como o mundo mudou, sendo devastado pela guerra da Nação do Fogo. Como ele ficou ausente todo esse tempo, não pôde impedir que essa guerra acontecesse.
Isso acaba gerando um processo de autoculpa muito grande, o qual ele expressa diversas vezes ao longo da série.
Agora que resumimos a história inicial desse live action, vamos analisar alguns conceitos da Conscienciologia referente a programação existencial que recebemos para realizar aqui neste planeta Terra.
O que é a programação existencial?
Na Conscienciologia, ciência que estuda a consciência (nosso princípio inteligente) e é baseada no Princípio da Descrença, temos um conceito muito importante que se trata da programação existencial, também chamada de proéxis.
A programação existencial é formada pelas tarefas que planejamenos desempenhar nesta vida humana, também conhecida como: missão de vida, projeto de vida, projeto existencial, entre outros.
Essa programação é construída no período intermissivo, ou seja, o período entre uma vida e outra pelo qual a consciência passa. Quando descartamos o nosso corpo, ficamos um tempo na dimensão extrafísica durante o período intermissivo.
Nesse período, algumas consciências são chamadas para participar do curso intermissivo, curso no qual são ensinadas matérias gerais referentes a evolução consciencial.
Durante o curso intermissivo, a consciência faz o planejamento da sua próxima vida, o qual contempla diversas tarefas, entre elas: realizar reconciliações com consciências que prejudicou no passado (em existências anteriores), desenvolver projetos que beneficiem diversas consciências, superar traços antievolutivos, desenvolver mais traços evolutivos e também traços faltantes, entre outros.
Todas as tarefas são baseadas no conceito de assistência e cosmoética, ou seja, ajudar as pessoas ao nosso redor e ajudar da melhor forma que possa ser feita para aquela consciência em específico.
Nem todas as pessoas possuem curso intermissivo, pois em geral para ter feito o curso intermissivo ela precisa ter um mínimo de condições evolutivas para poder cumprir com a programação que está sendo proposta.
Não tem como uma pessoa que, por exemplo, ainda não dá valor à evolução consciencial, ser convidada para fazer um curso intermissivo.
Para ser convidada, a pessoa precisa já ter um mérito assistencial e condições, do ponto de vista de habilidades, para cumprir com a programação existencial que será proposta durante o curso. Porém qual a relação entre programação existencial (proéxis) e a série Avatar?
Proéxis e a jornada de Aang na série Avatar
Como a série se trata de ficção, obviamente não tem toda essa bagagem em relação a proéxis que estudamos na Conscienciologia, porém podemos fazer alguns cotejos entre o conceito de proéxis e as vivências de Aang na série.
Primeiro, podemos ver no live action que todo Avatar possui uma premissa básica na sua proéxis: dar manutenção à paz na época em que ele vive naquele planeta.
Assim como acontece na série, muitas vezes, podemos não aceitar a nossa programação existencial, por sentir o peso da responsabilidade de precisar cumpri-la.
No caso da série, Aang a princípio não queria deixar a sua vida descontraída para assumir a liderança em uma guerra, até pelo fato de ser muito jovem para isso.
Na vida real, quando renascemos nesta vida, passamos pelo processo de restringimento intrafísico, no qual esquecemos toda a experiência que tivemos no curso intermissivo, pela própria dificuldade de passar as memórias do paracérebro para o cérebro infantil, ainda não desenvolvido.
À medida que vamos envelhecendo, podemos começar a ter uma sensação de que temos uma missão a cumprir nesta vida, porém sem saber exatamente do que se trata.
À medida que vamos investigando essa sensação, podemos começar a decifrar quais seriam essas tarefas a serem realizadas. Porém muitas pessoas passam por dificuldades emocionais ao perceber que irá precisar deixar uma vida mais descompromissada para poder assumir o seu importante papel assistencial na programação existencial grupal.
No caso do Aang, ele assume essa responsabilidade ao ver as consequências para o mundo em que vivia de se manter ausente durante 100 anos no planeta. Certamente ele percebe todas as consequências negativas.
No nosso caso, só vamos ter noção das consequências de não ter feito nossa parte após o descarte do corpo físico, portanto, é muito importante, caso você ache que possui uma proéxis, assumir a responsabilidade desde já.
Após Aang decidir se desenvolver para tornar o Avatar que o mundo precisa, ele começa uma jornada para aprender as novas habilidades que irão transformá-lo em um verdadeiro dobrador dos 4 elementos.
O interessante é que a jornada dele se parece um pouco com a jornada do intermissivista que possui uma proéxis a ser realizada, pois ao mesmo tempo que o intermissivista também precisa desenvolver novas habilidades e superar dificuldades, ele também precisa fazer assistência ao longo do caminho e não apenas se preocupar com as tarefas que precisará realizar mais ao final da sua vida.
Aang de certa forma também faz isso: em cada local que ele visita, ele acaba fazendo assistência às pessoas que estão naquele local, seja encontrando entes queridos perdidos na floresta, seja investigando quem está plantando bombas de gelatina na cidade, entre outros.
Na proéxis, ao mesmo tempo que vamos nos desenvolvendo, precisamos assistir as pessoas a nossa volta ao longo do caminho. Pelo que vimos nessa temporada inicial, provavelmente a tarefa crucial de Aang será derrotar o Ozai, mestre do fogo e monarca da Nação do Fogo, o qual tem como ambição dominar o mundo em nome dessa Nação.
Dentro desse contexto é bom esclarecer que a proéxis é sempre cosmoética, ou seja, sempre visa o melhor para todos, o bem comum. Então, se a pessoa possui alguma ambição negativa, na qual precisa prejudicar outras pessoas para conseguir o que quer, isso certamente não é proéxis.
Outro cotejo que podemos fazer entre a história de Aang e a proéxis é que enquanto Aang tenta encontrar as respostas para entender o que precisa fazer em sua jornada, ele sempre vai encontrando obstáculos, nos quais em geral soldados da Nação de Fogo procuram capturá-lo.
Isso pode ocorrer também quando estamos buscando cumprir com nossas tarefas assistenciais. Nós encontramos consciências extrafísicas (consciexes) de três tipos: amparadores, assediadores ou guias cegos. Os primeiros buscam nos ajudar, os quais chamamos de amparadores.
As consciexes que buscam nos atrapalhar, chamamos de assediadores. E também existem as consciexes que não sabem exatamente o que fazem, então em determinado momento elas podem ajudar e em outro podem nos atrapalhar, que são os guias cegos.
Para fazer uma analogia com a história, um exemplo de amparador do Aang poderia ser o mestre Gyatso, o qual ele encontra no episódio 5 – Mundo Espiritual.
Vemos nesse episódio que ele se encontra com o seu antigo mestre, já falecido, e ele dá alguns conselhos para Aang, deixando-o livre para escolher o que achar melhor.
Essa postura mais isenta, na qual é feita uma orientação, porém a pessoa tem o livre arbítrio para decidir o que pensa ser o melhor, é mais alinhada com a postura de ampardor.
O assediador é aquela consciência que realmente só quer atrapalhar, pois está mais focado em seus objetivos egóicos e não na assistência às outras pessoas.
Nesse mesmo episódio do Mundo Espiritual, a consciência assediadora seria Koh, a entidade que sequestra os amigos de Aang no mundo espiritual.
Porém, por mais que existam por aí muitas consciexes assediadoras, a grande necessidade delas são de serem assistidas, pois são consciências que podem estar em sofrimento ou ainda não entendem o bastante sobre o processo evolutivo.
Habilidades Parapsíquicas de Aang
Ainda nesse episódio do Mundo Espiritual, assistimos a um fenômeno interessante, o qual é considerado na Conscienciologia um dos fenômenos parapsíquicos mais importantes de serem dominados pelas consciências: a projeção lúcida.
A projeção lúcida, ou experiência fora do corpo (viagem astral, projeção consciente, desdobramento), se trata da experiência na qual o nosso corpo extrafísico (psicossoma) se desprende do corpo físico, indo visitar a dimensão extrafísica.
Aang faz essa projeção consciente junto com os seus amigos no episódio do Mundo Espiritual. Podemos ver no episódio que além deles deixarem o corpo físico deles, eles mudam para outra dimensão mais sutil, na qual encontram outros seres habitantes desse Mundo Espiritual.
Na realidade, a dimensão extrafísica também é mais sutil do que a dimensão física, porém diferentemente do caso da série, ela não possui seres místicos que podem nos prejudicar.
A dimensão extrafísica possui consciências de todos os tipos, podendo elas serem amparadores, assediadores ou guias cegos, conforme já falamos anteriormente.
Não existe a possibilidade da consciência ficar presa por alguma entidade na dimensão extrafísica, elas apenas vão de maneira mais prolongada para essa dimensão quando descartam o seu corpo físico, ou seja, passam pela morte biológica.
Quando ainda estamos vivos, podemos visitar a dimensão extrafísica quando relaxamos e pegamos no sono, porém mantemos a lucidez, sendo esse o fenômeno da projeção.
Porém o fenômeno da projeção consciente é tão importante na Conscienciologia porque é a partir dele que podemos fazer assistência no extrafísico, podemos ter contato com consciências de nosso passado para obtermos informações relevantes para nossa proéxis, podemos ter um contato mais direto com nossos amparadores, além de podermos nos perceber melhor enquanto consciência.
Outro benefício da projeção lúcida é perder o medo da morte, pois quando constatamos que vamos continuar existindo mesmo após descartar o corpo físico, já não faz sentido termos medo.
Outro fenômeno que Aang vivencia na série é o da precognição, que seria a habilidade de ver o futuro. No seu encontro com a Avatar Kyoshi, ele vê cenas nas quais a Tribo de àgua do Norte é destruída pela Nação do Fogo.
Porém na série, quando ele conversa com o Avatar Kuruk, esse lhe diz que se a Kyoshi lhe informou que a tribo do norte seria destruída, não havia nada que ele pudesse fazer para impedir.
Na nossa realidade, a precognição é um fenômeno que mostra qual é o evento de ocorrência mais provável, porém não que será absolutamente certo que irá ocorrer, pois sempre existe a capacidade de escolha e livre arbítrio das pessoas envolvidas.
Podemos também dizer que a capacidade de alguns personagens em mover os elementos poderia ser uma éspecie de telecinesia, que é a habilidade parapsíquica de mover os objetos com as energias.
Porém essa capacidade na realidade não tem relação com os elementos, mas sim com o nível de domínio das bioenergias que a pessoa tem e sua capacidade de mover qualquer objeto com essas bioenergias. Esse fenômeno, no entanto, não é tão estudado na Conscienciologia por ter poucos benefícios assistenciais.
Série Avatar e a Inversão Existencial
Apesar da série não ter relação com a invéxis, alguns fundamentos da invéxis são aplicados pelo protagonista Aang. Um deles é a precocidade, pois vemos que Aang necessita assumir a sua proéxis desde muito cedo.
Com apenas 12 anos de idade, ele é solicitado para assumir o seu papel no mundo em que pertencia. Outro fundamento que podemos observar é a assistência desde a juventude, pois Aang tem uma preocupação genuína com as pessoas ao seu redor, e aonde vai, busca ajudá-las da melhor forma possível.
A assistência desde cedo é um dos fundamentos da inversão existencial. Ele também busca cultivar amizades evolutivas, que são laços afetivos cosmoéticos que estabelecemos com as pessoas ao nosso redor, em prol de um bem comum.
No entanto, é bom frisar que a invéxis é uma técnica evolutiva e cosmoética, de maneira que não é compatível com nenhum tipo de violência.
Na série, em diversos momentos, mesmo que para autodefesa, Aang precisa agredir os seus opositores para poder sobreviver.
Como atualmente não estamos mais em um contexto no qual é preciso ser violento para conseguir sobreviver, os aplicantes da técnica da invéxis buscam desenvolver a autopacificação e cultivar a paz entre todos de seu convívio.
Conclusão
A série Avatar: o Último Mestre do Ar é um live action que traz um bom entretenimento e com ela é possível fazer várias relações entre a jornada da série e os desafios que algumas consciências enfrentam para cumprir com sua programação existencial.
Porém possui suas limitações por se tratar de uma obra de ficção, mas algumas cenas são extremamente interessantes, como a experiência fora do corpo retratada no episódio do Mundo Espiritual.
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E você, o que achou da série Avatar: o Último Mestre do Ar?
Referências biliográficas
VIEIRA, Waldo; Manual da Proéxis: Programação Existencial; revisores Alexander Steiner; Cristiane Ferraro; & Kátia Arakaki; 176 p.; 40 caps.; 34 E-mails; 86 enus.; 1 foto; 1 microbiografia; 11 websites; 17 refs.; alf.; 21 x 14 cm; br.; 4ª Ed.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2005.
