Atualmente, poucos filmes conseguem mesclar elementos de ficção científica e reflexão como Duna Parte 2. O longa-metragem de Denis Villeneuve, cuja primeira parte foi lançada em 2021 e sua segunda parte em 2024, é uma obra cinematográfica adaptada do livro Duna do autor Frank Herbert, que foi publicada no ano de 1965.

Essa história conquistou o público já na década de 60, onde havia um terreno muito fértil para obras de ficção científica com enfoque em batalhas intergalácticas e tecnologias super avançadas.

Só que Duna Parte 2 entrega um conteúdo que vai além do espectro regular das obras de ficção científica, pois ele explora as facetas de uma sociedade que é regida pela forte cultura religiosa e supersticiosa dos povos do Planeta Duna ao mesmo tempo que essa sociedade é detentora de tecnologias muito avançadas.

Esse ponto explorado na obra literária de Herbert ganha muito mais vida no filme de Villeneuve pela qualidade da fotografia e dos ângulos criados durante as cenas extra diálogos, que são aquelas que se preocupam mais com a ambientação da trama do que nas conversas entre os personagens.

Paul Atreides e Chani em Duna
Figura 1 – Paul Atreides e Chani em Duna – Parte 2

Trama de Duna Parte 2

A história de “Duna Parte 2” continua a saga iniciada pelo primeiro filme, mergulhando os espectadores no complexo e intrigante universo de Arrakis. Aqui, somos levados a refletir sobre temas que ressoam fortemente com os desafios e dilemas enfrentados pela humanidade atualmente: guerras geopolíticas e sectarismo religioso.

A trama aborda questões de poder, política e exploração, que ecoam os conflitos presentes em nosso mundo atual. A luta pelo controle dos recursos de Arrakis reflete os embates geopolíticos pela posse de terras e outros recursos naturais provenientes do planeta Duna.

O que o filme traz com bastante maestria e que precisa ser mencionado aqui, são os paralelos que o espectador consegue fazer entre o filme Duna com a realidade do século XXI no nosso planeta Terra. A inteligência desses paralelos em alguns momentos é sutil, em outros nem tanto. Dois ótimos exemplos disso são a abordagem do fanatismo religioso e do parapsiquismo.

Fanatismo Religioso em Duna Parte 2

Duna Parte 2 mergulha profundamente em questões de religiosidade e fanatismo. A profecia central no universo de “Duna” gira em torno do Messias, também conhecido como o “Kwisatz Haderach” ou “Lisan al Gaib”, representado pelo personagem de Paul Atreides.

A profecia fala sobre um líder supremo que nasceria entre as famílias nobres. Este líder seria capaz de enxergar o tempo de uma forma única, tendo visões do passado e do futuro, e trazer mudanças significativas para a humanidade.

A figura do Messias, tão venerada e temida, torna-se um catalisador para o fanatismo religioso, à medida que os seguidores se tornam cada vez mais dispostos a sacrificar tudo em nome de sua crença.

Cena em que Paul Atreides é reverenciado como Messias
Figura 2 – Cena em que Paul Atreides é reverenciado como Messias

Essa representação ressoa com os desafios que enfrentamos em nossa própria sociedade atual, onde vemos o surgimento de movimentos extremistas que se baseiam na fé para justificar suas ações.

E também nos faz refletir sobre o papel dos líderes religiosos atualmente, e a capacidade que eles possuem de influenciar hábitos e costumes de pessoas e grupos. Em Duna, a devoção cega dos seguidores de Paul e os conflitos religiosos que surgem em torno de sua figura ressoam com os dilemas enfrentados pela nossa sociedade atual dividida por crenças e ideologias.

O que Duna Parte 2 nos ensina sobre isso?

O filme nos convida a questionar a natureza do fanatismo religioso e suas consequências devastadoras. Ao testemunharmos a devoção cega dos personagens e as tragédias resultantes de suas ações, somos confrontados com a urgente necessidade de uma análise crítica de nossas próprias crenças e práticas religiosas.

Além disso, o filme nos lembra da importância de ficarmos atentos para a relação entre capacidade parapsíquica e manipulação religiosa.

Inversão existencial como profilaxia das manipulações conscienciais

O comportamento de aplicar a autocrítica pode atuar como vacina contra as manipulações ideológicas, sejam elas religiosas ou não. Isso acontece porque durante o processo de autoanálise das nossas ações e pensamentos, conseguimos identificar padrões que destoam ou convergem da nossa autenticidade consciencial, que nada mais é do que a nossa essência.

É aí que está o “pulo do gato” para entendermos se estamos sendo manipulados ou não por alguma ideia plantada por uma pessoa ou grupo.

Pelo fato de o jovem estar muito suscetível ao pensamento de “manada” na sociedade atual, devido a sua inexperiência na vida intrafísica, a autocrítica é uma das bases da técnica da inversão existencial para atuar como profilaxia dessas manipulações advindas do Zeitgeist.

Mas afinal, você conhece a técnica da invéxis?

A inversão existencial ou invéxis é a técnica de planejamento máximo da vida humana, fundamentada na Conscienciologia, aplicada desde a juventude, objetivando o cumprimento da programação existencial, o exercício precoce da assistência e a evolução (NONATO et al. 2011, p.22).

Parapsiquismo em Duna Parte 2

Talvez o aspecto mais intrigante de “Duna Parte 2” seja sua exploração das capacidades parapsíquicas que alguns personagens manifestam durante a trama do filme. Alguns desses fenômenos, como a precognição, retrocognição e simulcognição atuam ao mesmo tempo formando uma combinação parapsíquica.

O que significam esses fenômenos parapsíquicos?

Retrocognição: É a faculdade perceptiva pela qual a conscin fica conhecendo fatos, cenas, formas, objetos, sucessos e vivências pertencentes ao tempo passado distante, comumente relacionados com a própria holomemória (VIEIRA, 2013).

Precognição: É a faculdade perceptiva pela qual a consciência fica conhecendo fatos indeterminados vindouros, inclusive objetos, cenas e formas distantes, no tempo futuro (VIEIRA, 2013).

Simulcognição: É qualquer forma de sensoreamento parapsíquico que permite à consciência captar ou fazer-se lúcida de fatos ou situações que estejam acontecendo no momento da percepção presente (simultaneidade), porém fora do alcance de suas percepções intrafísicas convencionais, seja devido à distância ou diferença dimensional. Nesta acepção, a forma mais conhecida é a clarividência viajora ou visão remota, na qual o indivíduo pode ver ou perceber fatos que estejam acontecendo em algum ponto distante, ou fora de seu alcance normal. (ALEGRETTI, 2010)

O protagonista do filme Paul Atreides, é um exemplo de pessoa que passa a ter eventos de precognição, retrocognição e  simulcognição, acessando memórias e fatos do passado, presente e futuro ao mesmo tempo e de pessoas distintas, fazendo com que ele utilizasse isso para cativar ou intimidar quem ele precisasse, tornando-se assim em uma figura messiânica.

Personagem principal Paul Atreides
Figura 3 – Personagem principal Paul Atreides

Durante o filme Paul também manifesta seu parapsiquismo como ferramenta de manipulação consciencial, esse fenômeno é conhecido no filme como “A Voz”.

Essa habilidade foi ensinada pela mãe através de treinamentos parapsíquicos, que é quando Paul utiliza das suas capacidades do laringochacra (chacra situado na região da garganta) executando comandos através da voz, dando efeitos de manipulação nas pessoas que realizam inconscientemente o comando dado pelo detentor da “Voz”.

Invéxis e profilaxia das manipulações conscienciais

A técnica da invéxis estabelece uma série de aspectos da vida intrafísica que o inversor precisa priorizar com precocidade para ter maiores resultados evolutivos. Um desses aspectos é o desenvolvimento parapsíquico desde a juventude, dessa forma o inversor desenvolve a autoconscientização multidimensional necessária para perceber assédio e manipulações conscienciais.

O parapsiquismo, no caso do inversor, é desenvolvido visando a assistência aos compassageiros evolutivos, e não para manipulações ou ações anticosmoéticas, conforme ocorre no filme.

Dicas para o jovem desenvolver autoconscientização multidimensional e autodefesa energética

Autoparapercepção: O hábito de perceber o energossoma, que é o conjunto dos chacras da consciência, é fundamental para o desenvolvimento da autoconscientização multidimensional, pois esses vórtices de energia são canais que fazem a comunicação direta entre as dimensões físicas e extrafísicas.

EV: Através da autoparapercepção mencionada acima, o jovem pode começar a aplicar técnicas de mobilização das energias conscienciais com o objetivo de instalar o estado vibracional (EV). Essa técnica proporciona a pessoa desassimilar padrões energéticos os quais foram absorvidos durante seu dia através das interrelações intra e extrafísicas.

Blindagem: Após a instalação do estado vibracional, o jovem pode dar comandos através da vontade para que suas energias conscienciais (ECs) atuem como um mecanismo de defesa, ao modo de blindagem contra fatores externos, como: ataques extrafísicos, holopensenes patológicos e manipulações de todo tipo.

Ortopensenidade: De nada adianta o jovem aplicar as técnicas mencionadas acima, se o mesmo manifesta pensamentos tortos e antievolutivos, que são aqueles que de algum modo refletem a imaturidade da consciência. O ato de alimentar os pensamentos e sentimentos cosmoéticos e retilíneos somados com aplicação de técnicas energéticas com assiduidade, proporcionam ao jovem uma condição de sobrepairamento perante os idiotismos culturais e assédios provenientes da sociedade patológica.

Fenômeno da Projeção da consciência em Duna Parte 2

Os eventos extrafísicos durante os “sonhos” de Paul Atreides desempenham um papel crucial na narrativa do filme, proporcionando uma janela para entender a mente e o destino do protagonista enquanto ele navega pelo turbulento universo de Arrakis.

A importância desses sonhos para a trama reside na maneira como eles moldam as escolhas e as ações de Paul ao longo do filme.

À medida que ele enfrenta desafios cada vez maiores e se depara com decisões cruciais, seus sonhos o orientam, fornecendo insights e orientações que o ajudam a navegar nas complexidades do poder e da política em Arrakis.

Além disso, os sonhos de Paul não apenas oferecem vislumbres do futuro, mas também revelam camadas mais profundas de sua psique e de sua conexão com o mundo ao seu redor.

Eles refletem suas ansiedades, esperanças e medos mais profundos, dando ao público uma visão íntima de sua jornada interior enquanto ele luta para encontrar seu lugar em um universo em conflito.

Durante uma projeção de Paul, ele acessa um fato futuro onde ele estaria dominando criaturas do deserto (vermes da areia), conhecidos como Shai-Hulud
Figura 4 – Durante uma projeção de Paul, ele acessa um fato futuro onde ele estaria dominando criaturas do deserto (vermes da areia), conhecidos como Shai-Hulud

Invéxis e a projeção da consciência

Como foi dito na seção anterior sobre o parapsiquismo na invéxis, que precisa ser priorizado desde cedo para que o jovem consiga sobrepairar as manipulações e assédios muito presentes na sociedade, o fenômeno da projeção consciente segue na mesma lógica.

Aliás, o fenômeno da projeção lúcida é uma manifestação parapsíquica por completo, pois tudo que é experienciado ali, acontece através da utilização dos sentidos extrafísicos da consciência.

Assim como no filme, as projeções de Paul Atreides fazem com que ele e o telespectador compreendam suas peculiaridades intraconscienciais. Na vida real não é diferente. O fenômeno da projeção, quando ocasionado com lucidez, pode ser utilizado como ferramenta de autopesquisa, ajudando o experimentador a se conhecer melhor quando está sem as restrições advindas do corpo físico.

O fenômeno da projeção é tão importante para quem aplica a invéxis, que passa a ser uma meta a ser atingida pelo inversor aos 40 anos de idade. Nesse caso, o domínio pleno da projetabilidade lúcida.

Duna Parte 2 nos convida a pensar sobre as nossas capacidades

Esses elementos parapsíquicos não apenas adicionam uma camada de complexidade à trama, mas também nos convidam a questionar nossas próprias concepções sobre a natureza das nossas capacidades conscienciais.

Em uma sociedade onde a ciência convencional muitas vezes se choca com realidades não explicadas por ela, “Duna Parte 2” nos lembra da vastidão do universo e da possibilidade de realidades que ultrapassam nossa compreensão convencional de interpretar a realidade.

Desde os ensinamentos do budismo sobre a natureza ilusória da realidade até as práticas meditativas do hinduísmo e do yoga, várias tradições espirituais sugerem que a consciência humana pode ser muito mais do que apenas um produto do cérebro físico.

A sinergia entre a técnica da Inversão Existencial e a crítica social em filmes como Duna Parte 2

Tanto a técnica da inversão existencial quanto a prática de assistir filmes que criticam o modus operandi da sociedade, como “Duna”, compartilham o objetivo de promover uma reflexão profunda sobre a vida e a condição humana.

Assistir ao filme “Duna Parte 2” com uma lente crítica voltada para a sociedade e para os perigos do fanatismo religioso pode ser uma experiência transformadora, especialmente para os jovens que estão suscetíveis a influências extremistas e que estão em busca de compreender suas próprias capacidades parapsíquicas e potencial evolutivo nesta vida.

Além disso, os filmes que contém críticas sociais proporcionam um espelho para a própria vida do espectador, convidando-o a questionar suas próprias atitudes e ações em relação ao mundo que o cerca.

Esse processo de autoavaliação e reflexão está alinhado com os objetivos da técnica da inversão existencial, que busca promover a autonomia evolutiva do aplicante desde a juventude visando o cumprimento da sua programação existencial nesse planeta.

Bibliografia:

Alegretti, Wagner; Retrocognições: Pesquisa da Memória das Vivências Passadas; 310 p.; 23 caps.; filmografia: 92 filmes; 66 refs.; glos. 298 termos; alf.; 21 x 14 cm; br.; 2a Ed. Revisada; Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC);Rio de Janeiro, RJ; 2000; página 173.

Vieira, Waldo; 700 Experimentos da Conscienciologia; 1.058 p.; 40 seções; 100 subseções; 700 caps.; 147 abrevs.; 1 cronologia; 100 datas; 1 E-mail; 600 enus.; 272 estrangeirismos; 2 tabs.; 300 testes; glos. 280 termos; 5.116 refs.; alf.; geo.; ono.; 28,5 x 21,5 x 7 cm; enc.; Instituto Internacional de Projeciologia; Rio de Janeiro, RJ; 1994; páginas 55 e 57