O filme “Nosso Lar 2: Os mensageiros” estreou nos cinemas em janeiro de 2024, e foi baseado no livro “Os mensageiros”, psicografado por Chico Xavier e ditado pela consciex (consciência extrafísica, espírito) André Luiz.
A trama envolve um grupo de consciexes (consciências extrafísicas), lideradas por Aniceto em missão à Terra para observar e ajudar as três consciências que estão prestes a falhar em seu projeto de materializar uma obra espiritual que ligue os dois mundos.
Nesse artigo vamos analisar a produção cinematográfica “Nosso Lar 2”, para demonstrar pontos que se aproximam da realidade que ocorre com as consciências e exemplificar os conceitos propostos pelo Paradigma Consciencial de forma analógica.
Na obra é exposto pelo menos três pontos centrais, que se aproximam da realidade que ocorre ou já ocorreu com as pessoas, na dimensão humana ou extrafísica (espiritual).
Planejamento do renascimento e Programação Existencial
O contexto do filme envolve o projeto de construir uma casa espírita, que é função de Isidoro, Otávio e Fernando. Ao longo da trama, é mostrado quais os contratempos, erros pessoais e dificuldades enfrentadas para que o projeto se torne realidade.
Isidoro é o que chega mais perto de materializar, pois fez de sua casa um espaço para atendimento e buscou agrupar Otávio e Fernando.
Como tudo foi planejado, é mostrado o momento no plano espiritual em que antes da ressoma (renascimento na vida humana, reencarnação), suas novas vidas foram planejadas.
A Conscienciologia nomeia o período entre uma vida e outra de período intermissivo. Durante esse período, Isidoro, Otávio e Fernando conversam com Aniceto, o amparador (mentor) do trabalho.
Aniceto, chamado ao longo do filme de “O Mensageiro”, é o amparador principal do grupo, e fica claro que é uma consciência com lucidez superior aos seus amparados.
Aniceto é a consciex que lidera o planejamento do projeto, e designa ao grupo suas funções, além de acalmá-los sobre suas incertezas e medos de falhar na missão. Apesar de Aniceto ser o amparador líder do projeto, Isidoro, Otávio e Fernando puderam participar de maneira consciente das combinações sobre suas próximas vidas.
No filme não é exposto, mas não são em todas as ressomas que isso é possível, muitas conscins (consciências intrafísicas) ressomam de maneira compulsória, sem ter a lucidez ou a oportunidade de estar junto ao amparador para planejar a próxima existência.
Isso é um indicativo de que os três protagonistas teriam algum mérito evolutivo e lucidez para conseguir participar de maneira consciente do planejamento da futura vida humana, orientada por Aniceto, o amparador do grupo.
Em relação ao planejamento da futura vida humana, o Paradigma Consciencial traz o conceito de Programação Existencial (proéxis), a proéxis é o planejamento realizado antes de nascer, ainda no período intermissivo. Para isso, na intermissão, algumas consciexes (consciências extrafísicas) têm a oportunidade de realizar o Curso Intermissivo (CI), a depender de seu saldo assistencial em outras vidas.
O Curso Intermissivo é o conjunto de disciplinas realizadas pela consciex, de acordo com sua realidade íntima e das necessidades evolutivas pessoais e grupais, além da preparação para sua próxima vida humana. A consciex planeja sua proéxis, junto ao orientador evolutivo do grupo.
A proéxis, apesar de planejada, não é garantia de sucesso, realizar o planejamento da proéxis não significa que ele será executado. O completismo existencial (compléxis) depende do esforço da consciência.
Apesar de o filme não se referir a esses conceitos técnicos da Conscienciologia (pois é um filme com o paradigma espírita), ele expressa ao longo da trama os imprevistos, desvios, falhas e trafares (traços-fardos) de cada consciência envolvida, prejudicando a realização do projeto.
Na proéxis, tudo isso pode ocorrer. Sem as devidas reciclagens intraconscienciais (recins) pessoais, o contato com os amparadores é dificultado, e os defeitos pessoais podem abortar qualquer planejamento.
Vale destacar que não são todas as pessoas que tem proéxis e nem são todas que tem Curso Intermissivo; essas pessoais ainda são minoria na Terra. Para pesquisar e identificar se você é intermissivista, realize o Teste 540 do tratado “700 Experimentos da Conscienciologia”, por Waldo Vieira.
Amparadores, guias cegos e assediadores
Além do projeto grupal, a trama foca especialmente nas interações multidimensionais entre as consciências intrafísicas (na vida humana) e extrafísicas (no plano espiritual), e é possível identificar quais são as consciexes amparadoras, as assediadoras e as guias cegas. Essas três definições são neologismos da Conscienciologia.
Para exemplificar cada uma dessas interações que aparecem no filme, será utilizado exemplos de cenas que detalham cada tipo de relação.
Logo no início do filme, o grupo de amparadores, liderado por Aniceto, sai de sua comunidade extrafísica (comunex), no filme chamada de “cidade espiritual”, e viaja até à Terra para auxiliar na dessoma (morte biológica) de uma jovem.
Ao mesmo tempo, no momento em que o psicossoma da jovem está se desconectando do corpo físico (já descartado), um grupo de consciexes energívoras se aproxima para observar e interferir. Essas consciexes são assediadoras, pois pela falta de lucidez prejudicam conscientemente ou inconscientemente as outras. Aniceto oferece ajuda, mas as consciexes energívoras não aceitam e recuam. Isso mostra que a assistência respeita os limites dos assistidos.
Além disso, a jovem que dessomou não é encaminhada para a comunex dos amparadores (sadia, positiva), pois o noivo também em psicossoma (espírito) a leva embora, dando a entender que ele não estava agindo com a lucidez de amparador, mas de um guia cego.
Os guias cegos são consciências que têm a intenção de ajudar o ente querido, muitas vezes têm relação de parentesco, amizade ou afinidade, mas não têm lucidez suficiente para ajudar.
Acabam interferindo onde não deveriam, com a desculpa de que “amam”, e podem inclusive prejudicar outras pessoas para “defender” o “tutelado”, com ganhos secundários.
Os laços de afinidade são fortes e muitas vezes, multimilenares. Não raro, caso o “tutelado” (assediado) se afaste ou desagrade o guia cego, ele se volta contra ele, com raiva, mágoa ou sentimento de ingratidão.
É por esse motivo, que as consciexes que estão tentando ajudar, mas que não tem lucidez para isso, devido ao emocionalismo ou egocentrismo, agem como assediadores, e são denominadas “guia cego”. Elas podem levar a conscin para um caminho na tentativa de guiá-la, mas não sabem o que estão fazendo, pois não possuem discernimento.
As religiões, famílias e amizades estão, em geral, cheias de guias cegos.
Outro momento do filme que mostra relações de assediadores (com intenção malévola) é quando Otávio, dessomado (de psicossoma, corpo emocional), aparece na casa de Isidoro para cobrar dívidas do passado, cheio de raiva e com má intenção.
Otávio entra na casa da família de Isidoro e fala ao ouvido de sua filha, Joaninha, para incentivá-la a se suicidar, falando que seu pai a abandonou, que a vida não vale a pena. Otávio sabe da fragilidade emocional da menina, e por afinidade pensênica (entre os pensamentos, sentimentos e energias), busca as conscins na casa de Isidoro para que possa se conectar e assediar, para se vingar.
A facilidade que Otávio tem de se aproximar e de desestabilizar a filha de Isidoro é possível devido ao desequilíbrio da menina. Ela já estava propícia ao heteroassédio (assédio externo por outra consciência) de Otávio devido ao próprio autoassédio (assédio gerado por si mesmo), causado pelo descontrole íntimo devido a morte do pai.
Em contraponto a essas intervenções espúrias e sem lucidez, as consciências amparadoras, ou amparadores extrafísicos, são consciexes lúcidas, sadias, com inteligência evolutiva e um nível de visão de conjunto ampliado. Suas intervenções são sempre cirúrgicas, e com vistas ao bem de todos, independentemente das afinidades.
Os amparadores respeitam o livre arbítrio das conscins e consciexes, não realizam “estupros evolutivos”, ou seja, não ultrapassam os limites dos seus assistidos.
No filme, o grupo de amparadores liderado por Aniceto acompanha o grupo de envolvidos no projeto. Muitas vezes, sem poder intervir, restando observar o sofrimento gerado pelas próprias vítimas. Essa é uma característica das consciências amparadoras, o nível evolutivo dos seus amparandos é respeitado, a intervenção é pontual e somente quando realmente necessária para o bem de todos.
Além disso, amparadores não são babás. Eles não estão presentes a todo momento e não realizam nenhum desejo ou pedido em bases egocêntricas. Inclusive, segundo o paradigma consciencial, os amparadores se aproximam quando a conscin está prestando assistência aos outros. Isso se dá pois o amparo não é para suprir desejos pessoais, mas sim, para assistir a todos.
Cabendo, inclusive, o afastamento dos amparadores se a conscin deixa de prestar assistência (portanto não tem mais necessidade de investimento do amparador em algum contexto) ou se está fazendo algo de errado (anticosmoético).
Quando os amparadores podem interferir na sua vida?
Como estamos falando sobre o que é a realidade, é comum pensar nos momentos que você tem ou já teve contato com amparadores.
Os amparadores se aproximam para prestar assistência de maneira inteligente, lúcida, para o maior número de pessoas. Mas, quando um amparador pode interferir na sua vida?
Em qual momento o amparador se aproxima? Quando você está comendo sua comida favorita? Ou assistindo a uma série da Netflix? Quem sabe para te proteger, para você dormir confortavelmente?
O amparador não disponibiliza seu tempo para nenhuma dessas situações. O amparador busca trabalho, assistir quem precisa. É mais provável eles aparecerem quando você faz alguma doação energética, escreve ou dá aulas sobre multidimensionalidade para esclarecer as pessoas.
O tempo investido pelo amparador extrafísico, consciex benfazeja e auxiliadora, com visão de conjunto ampliada, não é desperdiçado só para o capricho de uma consciência.
Quem faz o papel de estar “protegendo” os caprichos das pessoas, para fins egóicos e ganhos secundários, é o guia cego.
Mesmo quando um amparador faz assistência “exclusiva” à uma conscin, ele está pensando na assistência que essa pessoa irá fazer no futuro. Um exemplo de assistência por amparador para uma conscin, é o caso em que os amparadores auxiliam a pessoa a acessar a Conscienciologia.
Para isso, podem patrocinar uma experiência fora do corpo físico, aconselham, indicam piscas, proporcionam à conscin encontrar livros, textos como esse artigo, cursos da Conscienciologia ou pessoas chave para ajudá-la a encontrar técnicas evolutivas, como por exemplo a invéxis. Tudo isso, para que a conscin possa realizar seu trabalho a porvir.
O inteligente, nesse caso, é não desperdiçar os aportes patrocinados pelo amparador, que está fazendo um investimento na sua evolução, esperando te ajudar para que você possa assistir a outras pessoas.
Grupocarmalidade: grupo de consciências mais próximas
Mais um conceito da Conscienciologia que pode ser analisado no filme é o do grupocarma, que é um grupo de consciência em evolução, composto de consciências mais próximas, com as quais existe a conta cármica ou a necessidade de serem realizados acertos nas relações.
Isso significa que devido a conta cármica, ocorre a inseparabilidade grupocármica, as conscins ressomam juntas para recompor dívidas e erros do passado. A mesma inseparabilidade também ocorre entre diferentes dimensões, como por exemplo:
Entre consciex e consciex: a relação entre Otávio e seu filho (que após a dessoma de ambos, permanecem se encontrando. No filme seu filho é mencionado como um espírito com o qual tinha muitos débitos).
Entre consciex e conscin: a relação entre Otávio e a filha de Isidoro (enquanto assediador da menina para vingar-se, ela também pertence ao grupo).
Entre conscin e conscin: a relação entre Otávio e seus irmãos (o qual era responsável por ajudar a cuidar e os abandonou).
No filme, aparecem os erros, planejamentos, ressomas (vivência de diferentes vidas – serialidade) e tentativas de acertos. Esses acertos são necessários tanto para a evolução pessoal, quanto grupal.
Ao explicitar sobre as interações de guias cegos, assediadores e amparadores, na trama fica exemplificado que as relações entre consciências são complexas, e dívidas do passado são cobradas, sendo necessário acertar as contas, na “conta corrente” evolutiva. Tudo isso só tem lógica pois as consciências envolvidas são as mesmas envolvidas em outras existências. Por isso forma-se o grupocarma.
Apesar do filme não explicar sobre esses conceitos técnicos, fica expresso como pano de fundo da trama as relações grupocármicas, pois todas as situações giram em torno das interações, das afinidades, dos erros cometidos, das mágoas, e das relações de amizade. Todas essas interações conscienciais vão compondo a justificativa de como se sucedem as relações e os desfechos grupais. No filme, também fica claro que as consciências mais lúcidas ajudam ao grupo, e torcem fraternalmente por sua evolução, para que as recomposições sejam feitas.
A recomposição grupocármica é um dos 5 estágios do curso grupocármico (que se constitui as dívidas cármicas), e é a fase em que as consciências começam a sair das fases de interprisão e vitimização, para recompor as relações, acertar contas, pagar dívidas e evoluir para a fase libertação, onde as consciências entram no processo de não ter mais interprisões. Na trajetória de obter maior liberdade, a consciência fica também mais lúcida e torna-se assistencial, a caminho da Policarmalidade, ou seja, quando fará assistência por atacado, mais ampla, e não apenas para o grupo familiar, mais próximo.
A evolução caminha para a Policarmalidade, fase na qual a consciência começa assistir consciências além do seu grupocarma.
Inversão Existencial e Policarmalidade
No filme, por ser uma ficção e também do paradigma espírita, não é mencionado, mas existem técnicas de viver que podem ser aplicadas para que a pessoa evolua e assista o grupo de maneira mais rápida e profilática, sem precisar passar por tantos desvios que foram mostrados na trama. É possível sim, cumprir com êxito a proéxis, sem tantos erros.
A inversão existencial é uma técnica de vida que visa a assistência policármica. A partir do planejamento da vida humana desde cedo, a conscin inversora se prepara para assistir mais cedo as consciências, desde o grupocarma, até uma assistência atacadista, policármica.
Com a organização da vida humana de maneira técnica e a antecipação sadia da maturidade consciencial, o inversor(a) existencial realiza a tarefa do esclarecimento através da escrita de livros conscienciológicos, da tenepes (tarefa energética pessoal diária), da docência conscienciológica e do exemplarismo pessoal desde a juventude.
A invéxis é uma técnica que tem como fundamento a Conscienciologia, portanto, todo o paradigma consciencial é levado em consideração, incluindo os temas abordados nesse artigo e analisados no filme. Os inversores existenciais estudam esses e muitos outros temas de maneira técnica, científica e prática, a partir da autoexperimentação pessoal.
Conclusão
O filme Nosso Lar 2, apesar de ser baseado em uma obra do paradigma religioso espírita, traz cenas e contextos que se aproximam muito da realidade que ocorre com as consciências.
A existência de projetos, missão de vida, planejamento antes da ressoma, amparadores, assediadores, relações grupocármicas… Tudo isso acontece na vida real. A Conscienciologia é a ciência que estuda esses e outros fenômenos e parafenômenos da consciência, porém sem o viés religioso que é trazido no Espiritismo.
Durante o filme, outras situações que exemplificam a realidade são mostradas, por exemplo, a projeção da consciência, a atração pela pensenidade, os ambientes de baratrosfera (chamado de umbral), o holossoma (o conjunto de corpos físico, emocional, energético e mental).
Na Invexologia (subespecialidade da Conscienciologia), ciência que estuda a Inversão Existencial, se estuda desde jovem esses e outros fatos e parafatos, a fim de que a pessoa tire o melhor proveito evolutivo dessa vida humana.
Na Conscienciologia e na Invexologia, a autopesquisa, a ciência e a autoexperimentação são priorizadas ao invés de crenças e dogmas, que existem nas religiões, inclusive no espiritismo (que destaca ao longo do filme a responsabilidade de resoluções à preces e orações, em vez da ação da consciência). Não é necessário realizar orações, nem ter crenças, nem orar para um Deus… Com o domínio das energias, a consciência pode ter liberdade de manifestação.
No paradigma consciencial se segue o princípio da descrença:
Não acredite em nada, nem mesmo no que leu neste artigo, tenha suas próprias experiências.
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