Você frequentemente sente que não consegue fazer o que acha mais coerente com seus princípios pessoais? Tem a hipótese de possuir uma programação existencial, mas não se sente livre o suficiente para realizá-la? Neste caso, você pode estar vinculado ao que chamamos de coleiras do ego. 

O que é coleira do ego?

O termo coleira é uma metáfora que se refere a algo que prende, que restringe e “ego” se refere a personalidade, consciência, a pessoa em questão. Então “coleira do ego é a condição da pessoa atada socialmente a alguém ou a alguma realidade social, vivendo circunscrita a determinado holopensene restringidor ou castrador.” (VIEIRA, 2010)

Em outras palavras, as coleiras do ego são condições repressivas, que fazem com que a pessoa não tenha a sua liberdade plena, mas que tenha limites para se manifestar sem desagradar a determinadas ideologias, grupos, ou pessoas. 

Quais são alguns exemplos práticos de coleiras do ego?

Existem dezenas de coleiras do ego, porém as mais comuns, muitas vezes mais restringidoras da manifestação da consciência são: a classe social, a igreja, a escola, os partidos políticos e o clube. Isso porque normalmente essas instituições não permitem ou restringem a liberdade de expressão. Em geral, nesses grupos a pessoa consegue se manifestar até que saia da “cartilha” que é permitida lá dentro, porém quando ultrapassa esses limites, ela é rechaçada pelo grupo. 

Por exemplo, na igreja, a pessoa é obrigada a concordar e a seguir certos dogmas, e não existe espaço para contestação desses dogmas. Então o que ocorre nesses casos é um restringimento, uma repressão da consciência, de maneira que a pessoa não tem liberdade para manifestar as suas opiniões. Isso também ocorre com essas outras instituições. No caso do partido político, por exemplo, a pessoa pode fazer parte de um partido apenas se ela concordar com toda a ideologia eleita por aquele partido e não possui liberdade total de se manifestar. É muito comum vermos notícias de políticos que são expulsos dos seus partidos porque votaram em uma pauta que não está dentro da ideologia do partido. Esses são apenas alguns exemplos de coleiras do ego que são bem fortes na nossa sociedade. 

Coleira do ego na juventude atual  

No caso da juventude, o tema da coleira do ego é muito importante para ser estudado porque como o jovem é uma pessoa ainda com pouca experiência de vida, muitas vezes é o alvo mais forte das manipulações de grupo. Alguns exemplos de coleiras do ego na juventude são:

  • Grupos de amizades ociosas: grupos de amigos que forçam o jovem a pensar de determinada maneira, no qual o jovem não se sente à vontade neste grupo para dar as suas opiniões sinceras.
  • Ideologias políticas: atualmente quando o jovem é mais alinhado a determinada ideologia política, ele tem uma pressão para concordar com todas as ideias daquela ideologia, mesmo se tem alguns pontos em que ele discorda. 
  • Redes sociais: quando o jovem se sente pressionado em concordar com a opinião da maioria das pessoas das redes e tem medo de ser “cancelado” em dar determinadas opiniões que podem não ser mais populares naquele contexto.
  • Indústria cultural: quando o jovem se sente obrigado a seguir os modismos sociais para ser aceito, como assistir os filmes e séries da moda, vestir de determinada forma, ter determinadas ideologias, entre outros. 
coleiras do ego
Fonte: Pixabay

Prejuízos de se manter nas coleiras do ego

Ao se manter preso às coleiras do ego, a pessoa acumula tanto prejuízos intraconscienciais quanto também em relação à sua programação existencial (proéxis). Os prejuízos intraconscienciais ocorrem à medida em que a pessoa, sem a liberdade de manifestação plena, tende pensar mal de si mesma, a sentir mal-estar e também cultivar pensamentos negativos sobre esse contexto em que está inserida. Esses padrões de pensamentos, sentimentos e energias negativas atraem consciências extrafísicas assediadoras, que se aproveitam da situação para prejudicar a pessoa ou o grupo envolvido no processo. 

Além disso, a pessoa estagna na sua evolução pessoal, pois se ela não exerce sua liberdade de expressão, não se expõe, diminuindo as oportunidades de receber feedbacks e assim, oportunidades de evoluir. 

No contexto da programação existencial, a pessoa pode comprometê-la por não ter liberdade suficiente para fazer o que se programou antes de nascer nesta vida. Por exemplo, se a pessoa tem um compromisso na sua cidade natal que não consegue abrir mão, mas, o mais otimizado para sua proéxis é residir em outra cidade, ela está priorizando o compromisso intrafísico em detrimento de sua programação existencial, podendo comprometer esse projeto de vida. Existem diversos outros exemplos de priorização da coleira do ego em vez da liberdade para consecução do projeto de vida, como: 

  • um relacionamento amoroso no qual a pessoa não tem liberdade para realizar o que precisa, porque o parceiro ou parceira não aceita; 
  • um trabalho no qual o indivíduo tem um alto comprometimento de horário, de maneira a comprometer sua proéxis, ou que envolve áreas anticosmoéticas;
  • uma dependência financeira de algum familiar, o que impede a pessoa a ter autonomia nas suas decisões;
  • um apego afetivo muito grande em relação a algum grupo, seja de amigos ou familiares;
  • e muitas outras coisas que acabam limitando a manifestação da consciência.

Uma das cláusulas das proéxis em geral é a pessoa escrever obras para assistir as outras consciências, para que elas acelerem sua evolução pessoal. Se o indivíduo em questão ainda mantém muitas coleiras do ego, dificilmente ele vai conseguir redigir obras profundamente assistenciais, pois ele terá diversos contextos em que não pode discordar, assuntos que não pode falar sobre aquilo porque vai lhe gerar problemas. Então a assistência através de obras de fraternidade realmente profundas só é possível quando a pessoa já tem um relativo grau de liberdade na sua proéxis. 

Inversão Existencial e coleiras do ego

A inversão existencial (invéxis) é uma técnica de otimização máxima da vida humana, no qual a pessoa que possui uma programação existencial, um projeto de vida, procura cumprir integralmente com esse projeto, da maneira mais otimizada que lhe seja possível. 

Um dos fundamentos da invéxis é a liberdade, que se refere a liberdade que a pessoa mantém, de maneira planejada, para que ela possa realizar o necessário da sua programação existencial sem estar presa a grupos, ideologias, pessoas, entre outros. Ou seja, ela procura se manter livre e não se manter em coleiras do ego. 

Nesse contexto, os comprometimentos sociais mais sérios são evitações da invéxis, pois restringem o nível de liberdade da consciência. A prioridade do inversor é se manter livre para focar em sua programação existencial sem necessidade de se reprimir para atender a comprometimentos sociais.

E como a técnica da invéxis pode ajudar o jovem a se libertar dessas coleiras do ego?

A coleira do ego é uma evitação da invéxis, ou seja, quando o jovem vai se posicionar para aplicar a invéxis, uma das primeiras coisas que ele vai precisar analisar é em quais contextos ele se encontra atualmente que castram a sua liberdade, para planejar a sua saída desses contextos e também fazer a profilaxia da entrada de outros contextos que podem ser castradores do ego. 

Então, o jovem que vai iniciar a aplicação da técnica da invéxis pode fazer esse levantamento de contextos em que tem a sua liberdade de manifestação reprimida. Alguns exemplos:

  • Meu grupo de amigos é um grupo saudável, de amizades evolutivas, nas quais posso trocar opiniões de maneira livre? Ou sinto medo de tocar em determinados assuntos?
  • A profissão que estou optando por seguir é uma profissão que eu mesmo escolhi, que penso ter potencial para desenvolvê-la, fazer assistência e ser feliz nesta profissão, ou estou seguindo essa profissão por pressão familiar ou para assumir alguma empresa da família?
  • Participo de algum grupo ideológico que me sinto coagido a pensar de determinada maneira? Por exemplo, um grupo religioso que sou obrigado a aceitar alguns dogmas que não concordo pra permanecer neste grupo? Ou algum grupo político que me obriga a defender ou combater determinadas pessoas políticas? 
  • Sou de determinada classe social e me sinto obrigado a agir de acordo com essa classe, rechaçando qualquer outro tipo de comportamento que não é aceito?
  • Sou influenciada pela indústria cultural e vivo seguindo os modismos sociais para ser aceito?

Existem diversos outros questionamentos que esse jovem candidato a aplicar a invéxis pode fazer para identificar quais são as coleiras do ego que ainda mantém. E após fazer esse levantamento,ele ou ela vai criar as estratégias de superação dessas repressões em que ainda se encontra. Por exemplo, o jovem pode procurar desenvolver amizades evolutivas em que se sente à vontade para manifestar as suas opiniões acerca dos diversos temas, pode optar por uma profissão que é mais alinhada a sua programação existencial e que ele realmente tenha interesse em exercer, enfim, dependendo do contexto em que se encontra, o jovem pode verificar quais são as melhores opções para manter a sua liberdade no cumprimento de seu projeto de vida. 

Fonte: Pixabay

Porém tudo isso precisa ser feito de maneira calçada, não impulsiva e respeitando a todos os envolvidos no processo. A libertação das coleiras do ego na juventude não é um processo de rebeldia juvenil, mas sim um processo de amadurecimento, no qual o jovem procura desenvolver mais o seu autodiscernimento para fazer opções melhores para a sua vida, baseado no que é mais evolutivo e alinhado ao seu propósito de vida. 

Além da superação das coleiras do ego do ponto de vista intrafísico, também é preciso pensar na superação do ponto de vista extrafísico. Às vezes a pessoa até consegue identificar que o meio em que se encontra não é saudável para si, mas ainda não tem autossustentação energética o suficiente para conseguir se posicionar e sair desse meio. Nesse sentido, o candidato a inversor vai investir no seu autodomínio energético desde cedo, e uma das principais técnicas sugeridas para isso é a técnica do Estado Vibracional, que é uma técnica na qual a pessoa irá circular as suas energias de cima a baixo no seu corpo energético, de maneira a realizar a desassimilação de energias intrusas. Ao aplicar o EV várias vezes ao dia, aos poucos ela terá um corpo energético mais forte e mais resistente, de maneira a não se subjugar mais energeticamente a outras pessoas. 

Qual o principal traço dentro da invéxis que preciso desenvolver para me libertar das coleiras do ego?

Existem muitos traços importantes que o inversor pode desenvolver para se libertar das coleiras do ego, na minha visão, os mais importantes são: a autocrítica, a autenticidade e a assistência. A autocrítica é quando a pessoa está sempre refletindo e avaliando as suas decisões, a sua vida, com o que está se envolvendo e em quais contextos está envolvida. A autocrítica é muito necessária para o inversor identificar se ainda se mantém em alguma coleira do ego e porquê ainda está nessa condição. Normalmente as coleiras do ego proporcionam ganhos secundários para a consciência para que ela se mantenha neles. Se a pessoa não está na condição de robotização, que é uma condição na qual ela não reflete sobre quais as suas escolhas do dia a dia, ela pode conseguir identificar melhor esses contextos manipuladores e evitar entrar nesses contextos. 

O outro traço, a autenticidade, é o inversor cada vez mais se manifestar de maneira transparente, se expondo, falando suas opiniões em diversos contextos e não se reprimindo em relação ao que realmente é. Sendo cada vez mais autêntica, a pessoa vai conseguir distinguir melhor os contextos em que realmente tem espaço para se expressar e aqueles que não tem espaço, e assim pode também pode escolher melhor as suas companhias, os locais em que frequenta, os grupos em que participa, etc. Se a pessoa já é acostumada a não ser autêntica, a fingir, a manifestar um bifrontismo, é mais difícil ela conseguir identificar os ambientes em que não tem espaço para ser ela mesma. 

A assistência do esclarecimento também é um traço que ajuda o inversor a se libertar das coleiras do ego porque quando o inversor realmente consegue colocar a assistência como prioridade em tudo o que faz, pra ela o ego será secundário. Ela vai se importar menos com os seus ganhos, com sua autoimagem, para se importar mais em como ajudar as outras pessoas, como tornar a evolução das outras consciências mais otimizada. Ela vai perceber o quanto consegue ampliar a sua assistência se ela não mantém coleiras do ego. 

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Como identificar que estou sujeito a coleiras do ego?

Por mais em que eu esteja falando aqui que uma maneira de identificar coleiras do ego é a pessoa verificar os contextos em que ela se sente reprimida, nós precisamos saber diferenciar quando essa repressão é intraconsciencial, ou seja, é uma dificuldade da própria pessoa, e quando é realmente o meio em que ela está que não dá espaço para opiniões divergentes. 

Muitas vezes não existe tanta repressão no meio, mas a pessoa sim tem dificuldade em se expressar, pois é tímida ou não consegue sustentar suas opiniões frente às outras pessoas. A pessoa precisa saber identificar qual é o caso dela. Uma maneira de conseguir identificar isso pode ser fazendo autopesquisa, analisando os traços pessoais para ver se tem traços mais relacionados a timidez, a introversão e a repressão, ou também se a pessoa tem dificuldade de falar na maior parte dos contextos e não apenas um ou outro. 

É importante identificar isso para não terceirizar uma dificuldade pessoal, classificando todos os contextos com um holopensene restringidor. Outra maneira de verificar isso é observar como agem as outras pessoas nesses meios em que se está analisando, por exemplo, todos têm essa mesma dificuldade em se expressar ou apenas alguns têm essas dificuldades? Existe algum tipo de punição para quem se manifesta diferente? Essa punição pode ser tanto expulsões, quanto represálias ou mesmo “cancelamentos” de determinado grupo. 

Fonte: Pixabay

Ao identificar esses pontos, o que a pessoa pode fazer também é uma análise que não seja autovitimizadora, em que ela se coloca como vítima, mas também analisar o porquê ela se colocou nessa situação, pois, se ela se encontra nesse contexto é porque tem algum traço que a permitiu entrar nesse contexto. 

No caso da invéxis, como a pessoa inicia a aplicação desta técnica na juventude, é muito comum a pessoa estar numa fase em que têm maiores dificuldades de se expressar, porque o jovem em geral se preocupa bastante com a aceitação nos diversos ambientes em que frequenta. Porém a proposta da invéxis é que a consciência coloque a sua proéxis e a assistência na frente de todas as outras questões, então dessa maneira, ela consegue deixar o ego de lado para manifestar mais a sua autenticidade e sua verdadeira consciência desde a juventude. 

Libertação do processo de sujeição as coleiras do ego 

Uma maneira de se libertar das coleiras do ego é através da aplicação da invéxis, pois a técnica pressupõe o desenvolvimento da autocrítica e da liberdade de manifestação, e além disso, é a pessoa identificando os traços pessoais que a fazem ser atraída por certas coleiras do ego. Por exemplo, se a pessoa valoriza mais a questão financeira do que a assistência, ela pode acabar entrando em alguma coleira, como uma carreira que não é alinhada a sua proéxis, para conseguir atender a questão financeira em detrimento da sua programação existencial. 

É interessante a pessoa mapear previamente quais são suas tendências e ter isso anotado e à vista, e sempre que precisar fazer uma escolha, se questionar se está priorizando a sua programação existencial ou está se deixando levar pelo canto da sereia, pela algema de ouro, para atender a um valor que não é o mais evolutivo naquele contexto. Esse questionamento do alinhamento com a proéxis é o que vai servir de profilaxia para não cair em coleiras do ego por ganhos secundários. 

Conclusão

Para concluir, a libertação dos coleiras do ego ocorrem quando a pessoa consegue priorizar a sua programação existencial acima de quaisquer ganhos secundários, atingindo uma condição de autenticidade e desrepressão intraconsciencial, o que pode ser acelerado pela aplicação da técnica da inversão existencial, na qual, além de procurar manter a liberdade de manifestação, a pessoa também procura ter o foco total na sua proéxis, fazendo a profilaxia de comprometimentos repressores que vão na contramão do cumprimento da programação existencial. 

E você, identifica o vínculo com alguma coleira do ego?

Caso queira ver esse conteúdo em vídeo, segue live ministrada com o tema: 

Você já se Libertou das Coleiras do Ego? | Live

Referências Bibliográficas

  1. VIEIRA, W. 700 Experimentos da Conscienciologia. Rio de Janeiro: Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia. Disponível em: https://editares.org.br/livro/700-experimentos-da-conscienciologia/
  2. NONATO et al. Inversão Existencial: Autoconhecimento, assistência e evolução desde a juventude. Foz do Iguaçu, Editares, 2011. 

Enciclopédia da Conscienciologia (http://encyclossapiens.space/buscaverbete/)

1. Coleira do Ego (Egologia)

2. Autenticidade Invexológica (Invexologia)

3. Canto da Sereia (Intencionologia)

4. Algema de Ouro (Desviaciologia)